Dólar registra a maior alta semanal

O dólar fechou a semana cotado a R$ 2,95, uma alta de 0,34%. A moeda americana subiu 2,8% nos últimos cinco dias. É a maior valorização percentual em 15 semanas. No ano, a queda acumulada atinge 16,8%. A última vez que a desvalorização do real diante do dólar foi tão intensa ocorreu entre os dias 25 de julho e 1.º de agosto, quando a moeda americana pulou de R$ 2,893 para R$ 3,035.

Nesse período, esse salto (4,9%) era atribuído ao desgaste político do governo na tramitação da reforma previdenciária com o impasse entre o Planalto e os governadores, à crise com os movimentos sociais (MST e sem-teto) e à queda dos títulos da dívida externa por conta dos sinais de recuperação da economia americana, que motivaram uma reavaliação sobre o fluxo de recursos para os mercados emergentes.

“Nesta semana, o mercado de câmbio começou, finalmente, a levar a cotação do dólar aos R$ 3, que é o consenso para o fechamento do ano”, afirma o vice-presidente de tesouraria do banco alemão WestLB no Brasil, Flávio Farah, para quem o dólar deve oscilar entre R$ 2,92 e R$ 2,97 na próxima semana.

Ele considera que o Banco Central deverá realizar um leilão na próxima quarta-feira para a rolagem parcial dos títulos cambiais no valor de US$ 2,257 bilhões que vencem no dia 1.º de dezembro. Será o penúltimo vencimento cambial do ano. O último soma US$ 1,240 bilhão no dia 18 de dezembro.

“As tesourarias estão estocando mais dólares e se antecipando à maior demanda pela moeda em dezembro”, diz Farah. Ele afirma que, no próximo mês, a previsão é de que os vencimentos de dívida privada totalizem US$ 3,4 bilhões. “Uma parte desse valor não será renovada.”

Ele afirma ser possível que alguns exportadores estejam postergando o fechamento de câmbio agora devido à percepção de que a cotação subirá mais até o fim do ano. “Mas acho que o grosso das exportações já foi fechado.”

Quanto à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima quarta-feira, o analista concorda com o consenso do mercado, que prevê um corte de um ponto percentual na taxa Selic (hoje em 19%). Segundo ele, a principal dúvida do mercado é saber o tamanho do corte de juros na última reunião do Copom, em dezembro.

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