Dólar não pára. Fraga quer o FMI

São Paulo

  – A disparada das bolsas americanas e a alta significativa da Bovespa não foram suficientes para evitar um novo recorde do dólar no Brasil. A moeda americana fechou em alta de 0,89%, cotada a R$ 2,944 na compra e R$ 2,946 na venda. É o terceiro recorde consecutivo no Plano Real. Com esse resultado, a alta do dólar em julho já é de 4,46%. Na máxima do dia, logo pela manhã, o dólar atingiu R$ 2,967, numa alta de 1,61%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou os negócios em alta de 1,97%, com o Índice Bovespa em 9.937 pontos. O volume financeiro na bolsa paulista foi de R$ 632,1 milhões. O risco-país brasileiro registrava alta de 2,9% a 1.749 pontos às 17h40. O indicador, calculado pelo banco JP Morgan, coloca o Brasil em terceiro lugar no ranking dos países com maior risco, atrás da Argentina (6.988 pontos) e da Nigéria (2.416 pontos). O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, admitiu ontem a possibilidade de um novo acordo do Brasil com o FMI, caso a turbulência atual no mercado financeiro brasileiro permaneça como está. “O que eu vejo hoje é que de fato algo seja feito ainda este ano. Um acordo de mais curto prazo nem precisaria de um compromisso formal dos candidatos à presidência da República”, afirmou Fraga, em entrevista coletiva na sede do Banco Central.

Armínio Fraga admitiu que piorou bastante a situação externa nos últimos dias e afirmou que há três semanas achava que o cenário nervoso que vive o país era decorrente apenas dos fatos internos do Brasil, mas agora isso mudou. Quanto à trajetória da inflação, Fraga afirmou que realmente o BC hoje prevê um estouro do teto da meta (5,5%), mas acredita que isso não vai afetar a credibilidade do sistema de metas porque há muitos choques que justificam esse fato.

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