Dólar fecha semana abaixo de R$ 2,90

São Paulo

  – O dólar comercial fechou ontem em queda de 1,27%, cotado a R$ 2,870 na compra e R$ 2,875 na venda. É a quarta baixa consecutiva da moeda americana, que não fechava abaixo dos R$ 2,90 desde julho do ano passado. A semana foi de boas notícias e o dólar acumulou queda de 3,04% no período. Para isso, contribuíram vários fatores, como o fluxo cambial positivo, os sucessivos recordes do C-Bond e o início da tramitação da reformas no Congresso.

O C-Bond foi novamente o principal destaque do dia e teve grande influência na queda do dólar. Em alta desde a abertura, o mais importante título da dívida externa brasileira batia no final da tarde o recorde histórico de 91% do seu valor de face, com alta de 0,76%. Em conseqüência, o risco-país recuava 2,78%, para 732 pontos-base. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pegou carona no otimismo geral e encerrou o pregão viva-voz em alta de 2,49%, com mais de R$ 1 bilhão em negócios.

O Banco Central (BC) voltou ao mercado ontem para concluir a rolagem de uma dívida pública de US$ 1,8 bilhão que vence no dia 15. A operação, feita por meio de leilão de contratos de swap cambial, foi bem sucedida e reforçou a tendência de queda do dólar. Já o mercado de juros futuros reagiu às declarações o diretor de política econômica do BC, Ilan Goldfajn, que admitiu não estar seguro sobre a consistência da queda da inflação. Ele lembrou que o comportamento da inflação é o principal fator que rege a política monetária do BC.

Apesar da forte queda do dólar na semana, chama a atenção dos profissionais do mercado a redução do volume de negócios nos últimos dois dias. Cerca de US$ 500 milhões foram negociados ontem no mercado interbancário, menos da metade do volume negociado na Bovespa. A retração mostra a postura cautelosa de parcela do mercado, diante das discussões em torno do patamar ideal para o dólar. O fluxo cambial voltou a ficar positivo, com ingresso de recursos de captações. A maior parte dos negócios, no entanto, se concentrou no giro rápido das tesourarias bancárias.

– O governo está deixando bem claro que não vai intervir no mercado de câmbio e que a meta é a inflação. Dólar e juros são apenas componentes desse arcabouço e o BC não mexer neles antes de ter certeza de que a queda da inflação é consistente – disse João Medeiros, diretor da corretora Pioneer.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2004, o mais negociado, fechou em 23,81%, com alta de 1,23%. O DI de julho deste ano passou de 25,68% para 25,90% anuais, com ajuste de 0,85%.

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