Dólar fecha o ano com valorização de 53,2%

O dólar comercial encerrou o dia, ontem, com valorização de 0,14%, a R$ 3,545 na venda. No ano, a moeda norte-americana acumula alta de 53,2% em relação ao real, apontando valorização bem superior à registrada em 2001, que foi de 18,6%. As incertezas com relação à sucessão presidencial no Brasil, que elevaram o risco-país, reduziram às linhas de crédito e aumentaram a fuga de capitais foram fatores determinantes para o aumento da cotação do dólar em relação ao real neste ano.

Os vencimentos de dívidas do governo atreladas ao câmbio também tiveram peso significativo no avanço do dólar.

Após um ano conturbado, em 2001, devido a desaceleração na economia mundial, crise argentina, crise energética no Brasil e atentados terroristas os Estados Unidos, em 11 de setembro, a perspectiva era de melhora para a economia brasileira em 2002, o que não se confirmou.

A alta do dólar provocou o reajuste dos preços dos produtos e serviços, elevando a inflação neste ano e aumentando as previsões de taxa para 2003, o que levou o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central a aumentar o juro básico. A taxa, que em janeiro estava em 19% ao ano, termina 2002 a 25% ao ano.

Ontem, o mercado de câmbio teve um dia apático, com poucos negócios e oscilando entre patamares negativos e positivos. Como a Ptax (média diária da cotação do dólar calculada pelo Banco Central) de ontem será utilizada para a liquidação de contratos de dólar futuro negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) no próximo dia 2, parte do mercado pressionou a moeda para cima, para obter ganhos maiores na data da liquidação.

O dólar comercial oscilou entre R$ 3,503 (baixa de 1,04%) e R$ 3,555 (alta de 0,42%).

Mercado espera IGP-M de 15%

Brasília

(AE) – O mercado financeiro aumentou as suas previsões para os índices de inflação em 2002 e 2003 na última pesquisa realizada pelo Banco Central este ano. Para os índices de inflação ao consumidor, as projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, calculado pelo IBGE) elevaram-se de 12,46% para 12,53% (2002) e mantiveram-se em 11% (2003). A média das expectativas para o INPC (que mede a inflação para os mais pobres) aumentou de 14,42% para 14,44% (2002) e de 10,77% para 10,96% (2003).

As expectativas para o IPC-Fipe, que mede a inflação ao consumidor na região metropolitana de São Paulo, elevaram-se de 9,85% para 9,87% (2002) e de 9,54% para 9,95% (2003).

As projeções de 2003 para o IGP-M, que reflete mais os preços no atacado e a variação cambial, elevaram-se de 14,90% para 15%. O IGP-M de 2002, já divulgado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) ficou em 25,31%.

A expectativa para a taxa de câmbio se manteve em R$ 3,50 por dólar para 2002 e caiu de R$ 3,71 para R$ 3,70 para 2003.

As estimativas para o crescimento do PIB elevaram-se de 1,40% para 1,44% para 2002 e reduziram-se de 2,00% para 1,94% para 2003.

A mediana das expectativas de mercado para o déficit em conta corrente reduziu-se de US$ 8,90 bilhões para US$ 8,75 bilhões para 2002 e de US$ 6 bilhões para US$ 5,9 bilhões para 2003.

A mediana das projeções para o superávit da balança comercial manteve-se em US$ 12,5 bilhões para 2002 e elevou-se de US$ 15,2 bilhões para US$ 15,5 bilhões para 2003. As previsões para o fluxo líquido de investimento estrangeiro direto elevaram-se de US$ 15,8 bilhões para US$ 16 bilhões para 2002 e mantiveram-se em US$ 13 bilhões para 2003.

Com relação ao setor fiscal, a mediana das expectativas para o superávit primário manteve-se em 3,90% do PIB para 2002 e em 3,75% do PIB para 2003.

As expectativas para a taxa básica de juros da economia brasileira – a Selic – mantiveram-se em 25% ao ano para 2002 e em 20% para 2003.

Voltar ao topo