Dólar fecha estável e Bolsa não resiste a boato

São Paulo – O dólar comercial fechou praticamente estável, ontem, em alta de 0,03%, cotado a R$ 2,918 na compra e R$ 2,920 na venda. Depois de três dias de trégua, o Banco Central voltou a comprar recursos, enxugando o excesso de oferta. A volatilidade dos mercados de ações e títulos da dívida externa também exerceram pressão sobre a cotação no período da tarde. No mercado futuro de juros, as taxas se ajustaram para baixo, repercutindo a inflação abaixo do esperado. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa de 2,68%, com movimento de R$ 1,223 bilhão e 21.684 pontos. Contribuíram para o fraco desempenho da Bovespa os boatos que correram no mercado, ontem, de que o ministro Antônio Palocci, da Fazenda, estaria deixando o governo, fato desmentido no final da tarde.

A entrada do Banco Central no mercado à vista já era esperada, uma vez que a cotação do dólar já ameaçava cair abaixo da barreira dos R$ 2,90, puxada pelo fluxo cambial positivo. A cotação de venda chegou à mínima de R$ 2,899, onde ficou por poucos instantes.

O BC comprou recursos por até R$ 2,908, a mesma cotação praticada no momento da operação. Segundo operadores, a quantia adquirida foi pouco expressiva. Foi o 27.º leilão de compra do BC. Na máxima do dia, a cotação do dólar atingiu R$ 2,925 (+0,21%), antes de voltar à estabilidade.

“O mercado já não exibe mais o nervosismo da semana passada, mas ainda está suscetível à volatilidade gerada pelas mudanças de perspectivas criadas na semana passada. Acredito que os ajustes ainda vão continuar”, disse um gerente de mesa de um banco ??dealer??.

O C-Bond alternou altas e baixas por toda a tarde, influenciando negativamente os outros ativos. No final da tarde, o papel caía 0,44%, cotado a 97,37% do seu valor de face. O risco-país subia 0,97%, para 516 pontos-base.

As taxas de juros negociadas no mercado futuro fecharam em baixa na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), principalmente nos vencimentos mais longos. A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe foi a principal influência do dia para o mercado, já que a taxa ficou abaixo do esperado. A inflação de janeiro ficou em 0,65%, contra 0,74% da terceira quadrissemana do mês.

O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro, o mais negociado, fechou com taxa de 15,54% ao ano, contra 15,66% do fechamento de anteontem. O vencimento de julho passou de 16% para 15,94% anuais. A taxa Selic é hoje de 16,50% ao ano.

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