Dólar fecha em alta; risco Brasil cai a 1.530 pontos

Após muito sobe-e-desce e de um leve nervosismo no mercado com declarações do senador eleito pelo PT Aloizio Mercadante, o dólar acabou fechando, ontem, em leve alta de 0,28%, a R$ 3,525 para venda e R$ 3,52 para compra. Já o risco Brasil estende sua trajetória declinante e chegou a cair 4,07% para 1.530 pontos, menor valor em quatro meses.

Segundo analistas, o número de negócios nos últimos dias já era bastante baixo e ontem, sem notícias de peso, diminuiu mais ainda, aumentando a volatilidade da cotação já que com menos negócios cada operação adquire maior peso.

Durante todo o dia a moeda oscilou muito próxima do valor de fechamento de anteontem, R$ 3,515. O único momento de maior nervosismo, no início da segunda etapa de negócios após o intervalo do mercado para o almoço, elevou a cotação para R$ 3,548.

O motivo foi a afirmação de que o Brasil vai “jogar duro” nas negociações comerciais com os EUA feita pelo senador Aloísio Mercadante, um dos braços-direitos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para economia e negociações internacionais. A declaração foi feita após uma reunião com o secretário-assistente para América Latina do governo norte-americano, Otto Reich, e não foi bem vista num primeiro momento pelos investidores, que temem que a maior economia do mundo restrinja os laços comerciais e políticos com o Brasil.

Mas, no clima de “namoro” vivido entre o mercado e o PT, a cotação logo reduziu a alta, quando alguns investidores que prevêem queda aproveitaram para entrar no mercado e vender dólares a um preço mais alto, aumentando a oferta e conseqüentemente reduzindo a cotação.

Em contrapartida, embora a moeda mantenha a tendência de baixa, a barreira psicológica dos R$ 3,50 só deve ser rompida com novidades políticas. Enquanto isso, toda vez que o dólar é cotado abaixo desse valor, ele volta a subir com as compras por parte de investidores que julgam o preço atrativo.

Segundo operadores, os investidores que podem esperar estão segurando os negócios até que o presidente eleito anuncie sua equipe de governo, provavelmente na primeira quinzena de dezembro.

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