Impulsionado por compras de empresas que prevêem elevação das cotações após o fim da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), o dólar comercial registrou leve alta nesta terça-feira. A moeda norte-americana fechou vendida a R$ 2,883, com valorização de 0,13%.
O tom do mercado financeiro é de cautela, entretanto. Os investidores preferem aguardar a decisão do Copom sobre os juros, hoje, para refazer estratégias. A Selic, taxa básica de juros da economia, está atualmente em 26% ao ano, e a maior parte dos economistas aposta em redução de 1,5 ponto percentual. Por isso, o dia foi de volume pequeno de negócios, segundo João Medeiros, diretor da corretora Pioneer.
“Estão todos atentos às reformas”, afirma Medeiros. “Há forte expectativa sobre como o governo vai administrar os problemas que surgem no processo de aprovação das propostas, como a greve do Judiciário e também a movimentação dos governadores para conseguir concessões na reforma tributária.”
Após reunião com os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da casa Civil, José Dirceu, uma comissão de cinco governadores começou a ameaçar retirar seu apoio à reforma tributária. Disseram que vão recorrer agora ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pleiteando a criação de um fundo de compensação para os Estados e 25% da arrecadação da Cide (contribuição dos combustíveis).
Em protesto contra a reforma da Previdência, os juízes estaduais e do Trabalho decidiram fazer greve em agosto. Na opinião do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, a paralisação feriria a Constituição. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que se respeitem os limites constitucionais e do bom senso. Ontem aderiram à paralisação os funcionários do Ministério Público.
Risco e dívida
Após mais de um mês, o risco-país volta a caminhar para o nível de 600 pontos, o que anima o mercado. O indicador recua 2,35%, para 706 pontos.
O C-Bond, principal título da dívida externa do país, sobe 1,18%, negociado a 90,875% do valor de face.