Dólar encerra estável em dia de trégua

Após uma manhã sem direção definida e uma tarde em que exportadores aproveitaram para trocar seus dólares ainda a mais de R$ 3,11, forçando a queda, a moeda americana encerrou quase na mesma cotação de anteontem, com leve trégua e queda, de 0,19%, a R$ 3,134.

Além da ação dos exportadores, o dólar também recuou graças à redução da força de agentes que prevaleceu nos últimos dias para formação da taxa média do câmbio no dia, a Ptax, que seria utilizada para o resgate dos US$ 707 milhões da dívida cambial que venceu ontem.

No entanto, na semana que vem, mais US$ 2,064 bilhões com prazo na quarta, 19, serão resgatados integralmente e isso já estaria impedindo quedas mais fortes e até pressionando prováveis novas altas. “O jogo do mercado é a antecipação e os agentes já estão se posicionando para um dólar mais alto”, avalia o chefe da mesa de câmbio do banco ING, Alexandre Vasarhelyi.

Desde a semana passada, alguns analistas dizem que a diminuição da oferta de moeda americana acontece junto com o aumento da procura por hedge (proteção) na moeda americana, o que poderia pressionar o dólar.

Vasarhelyi, do ING, discorda. “O Banco Central tem mais informações sobre o mercado do que o próprio. E está vendo o fluxo comercial e está confortável para os cenários que traçou”, avalia. Segundo ele, o BC tem sido coerente com a política anunciada no ano passado de diminuir a exposição cambial e não estaria fazendo isso simplesmente para exibir confiança na cotação – como dizem alguns operadores.

Para o executivo, ainda não é possível determinar tendências para qualquer ativo do mercado financeiro. Por enquanto, estão adiados os planos de empresas de realizar captações no exterior.

Os C-Bonds voltaram a operar em queda, de 0,14%, a 87,375% do valor de face. O Global 40 voltou a cair, 0,41% para 85% do valor de face. O risco-país responde com a queda para 753 pontos, contra os 777 de anteontem.

Vencimento de opções oscila Bovespa

O Ibovespa oscilou bastante ontem, mas fechou com pequena alta de 0,42%, aos 18.401 pontos, com um giro abaixo da média diária do ano. Segundo analistas, a proximidade do vencimento dos contratos de opções na próxima segunda-feira fez elevar a volatilidade dos preços.

As ações da Vale lideraram ganhos, após divulgar lucro de R$ 954 milhões no primeiro trimestre. O balanço da mineradora agradou analistas, que destacaram a redução dos custos financeiros no período. Petrobras PN se animou com divulgação de lucro. Os papéis da Embraer também subiram com força, na véspera do anúncio do balanço. O mercado espera aumento do lucro pela fabricante de jatos.

No cenário externo, a preocupação com a inflação americana cresceu, após sair o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que subiu 0,7% em abril, acima da previsão do mercado (0,2%). O dado fortalece aposta de juro maior em junho, o que tende a prejudicar o fluxo de capitais para mercados emergentes.

Internamente, saiu a pesquisa CNT/Sensus, que indicou estabilidade na popularidade do governo Lula, apesar do “abril vermelho” (críticas ao novo salário mínimo, desemprego recorde e invasões de terra). No entanto, o governo admitiu ontem recuar da decisão de cancelar o visto do correspondente do “The New York Times”, se houver retratação sobre a polêmica reportagem do abuso no consumo de álcool.

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