Dólar e risco em novos recordes

São Paulo

  – O dólar comercial bateu pelo quinto dia consecutivo o recorde do Plano Real. A moeda encerrou a semana em alta de 0,67%, cotada a R$ 3,015. O risco-país, medido pelo banco JP Morgan, também bateu recorde. O índice atingiu ontem o maior patamar de sua história: 2.000 pontos. O mercado financeiro brasileiro reagiu negativamente à entrevista coletiva convocada pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, em Brasília. Na entrevista, ele não anunciou nenhuma nova medida do governo federal para conter o nervosismo dos investidores dos últimos dias.

O mercado esperava o anúncio de um possível acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Há um processo em curso, há um processo em andamento, que é positivo, é uma perspectiva extremamento construtiva, não posso entrar em detalhes”, disse o ministro sobre as conversações com o FMI. O principal resultado foi um forte aprofundamento da queda da bolsa de São Paulo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o pregão em queda de 4,6%, aos 9.217 pontos e giro financeiro de R$ 548,3 milhões. Antes do início da entrevista em Brasília, às 16h10, a bolsa sinalizava recuo de 1,98% aos 9.473 pontos.

As ações de bancos nacionais continuaram sofrendo ordens de venda, como conseqüência da fuga de investidores estrangeiros do risco emergente. Segundo operadores, a alta exposição dos bancos nacionais em títulos públicos está afastando investidores que temem mudanças na condução dos pagamentos.

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, que ontem se encontrou com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que, se o governo assinar um acordo de transição com o Fundo Monetário Internacional (FMI), essa será uma medida ” boa e correta ” , porque poderá evitar sacrifícios adicionais à economia e à sociedade brasileiras. Segundo o candidato, um eventual acordo com FMI ajudaria a melhorar a confiança do investidor e poderia trazer mais tranqüilidade para a transição de governo. Citou que uma campanha eleitoral, independentemente dos resultados e de onde se realiza, cria nervosismo. “O mais importante é que qualquer acordo com o FMI possa contribuir para melhorar a segurança da transição sem impor sacrifícios adicionais à sociedade brasileira.”

Ao sair de almoço com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, Serra elogiou o trabalho da equipe econômica, que, segundo ele, tem tomado medidas para controlar o nervosismo do mercado.

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