Dólar continua em alta no Brasil

São Paulo

(AG) – O dólar comercial encerrou ontem pelo terceiro dia consecutivo em alta, registrando poucos negócios. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,872 para venda, avanço de 0,70% em relação ao fechamento de ontem. Já Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), influênciada pelo desempenho negativo das bolsas norte-americanas, encerrou o pregão viva-voz em queda de 0,53%, aos 10.561 pontos e giro financeiro reduzido de R$ 352,8 milhões.

Operadores disseram que os volumes eleitorais da véspera – de que o governista José Serra, preferido dos mercados, cairia para terceiro lugar na corrida presidencial – já tinham sido embutidos nos preços dos papéis e não afetavam mais os mercados. Da mesma forma, os investidores não demonstram esperança de que os juros sejam reduzidos ao fim da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, de hoje. Na última reunião, o Copom manteve a atual taxa de 18,5 por cento ao ano, com viés de baixa.

“A chance (de corte) é zero. Pelo lado da inflação tem como cortar, mas pelo lado do risco externo e do câmbio, não”, afirmou um operador de uma corretora paulista. Nas corretoras, operadores tinham tempo de sobra para discutir o testemunho prestado por Greenspan nesta manhã, diante do Senado dos Estados Unidos.

O mercado externo também está tenso. O presidente do banco central norte-americano, Alan Greenspan, tentou acalmar os investidores, afirmando que a economia do país está se recuperando, mas ainda precisa de tempo para cicatrizar as feridas provocadas por uma série de escândalos corporativos e pelas recentes quedas dos mercados de ações. As declarações foram interpretadas como um sinal de que o Fed deve manter os juros no atual patamar, que é o mais baixo dos últimos 40 anos.

“Embora a economia tenha se mantido firme, os efeitos depressivos dos recentes eventos não surpreendentemente persistem”, disse ele em depoimento ao Comitê Bancário do Senado, referindo-se não apenas ao deslize das bolsas como também aos ataques de 11 de setembro e à recessão do ano passado. Em seu discurso ao Congresso, realizado duas vezes ao ano, Greenspan disse ainda que a fraca inflação dá ao Fed liberdade para manter a taxa básica de juros norte-americana em 1,75%, o menor patamar em 40 anos.

Segundo ele, o BC decidiu manter esse nível até que a economia recupere-se. O Fed aumentou suas perspectivas de crescimento da economia norte-americana em 2002, a uma margem de 3,5% a 3,75%, contra 2,5% a 3% na projeção anterior.

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