Dólar acumula alta de 1,4% em fevereiro

O dólar chega ao fim de fevereiro cotado a R$ 3,57 para venda e R$ 3,565 para compra. No impasse entre comprar dólares para se precaver de uma alta detonada pela provável guerra no Iraque e vendê-los no rastro de otimismo sobre o mercado local, a moeda fechou em alta de 0,28% no dia, ontem, em alta de 1,4% no mês e valorização acumulada de 0,5% no ano.

A véspera de Carnaval reduziu o volume do mercado e limitou o número de negócios, já que durante a tarde muitos operadores e investidores encerraram as atividades mais cedo para viajar.

O dia passou praticamente sem notícias. Investidores compraram dólares durante a manhã para não passarem desprevenidos o feriado, que se estende até a manhã de quarta-feira, caso a guerra estoure.

Mesmo assim, essas compras foram represadas pela série de boas notícias domésticas divulgadas na última semana, como o crescimento de 3,44% do PIB (Produto Interno Bruto) no último trimestre, divulgado anteontem, e a série de captações por bancos e empresas brasileiros no exterior, que mesmo com a instabilidade internacional não perde o fôlego.

Credibilidade

No dia, o destaque foi a decisão do banco norte-americano Goldman Sachs de elevar direto de “abaixo da média do mercado” para “acima da média do mercado” a recomendação de compra para títulos da dívida brasileira acompanhada de relatório no qual a instituição diz “gostar” da política monetária e econômica do governo do PT.

A elevação reflete a espetacular recuperação pela qual passaram os títulos brasileiros no mês. Os C-Bond, principais desses papéis, saíram de 49% do valor de face em outubro para chegar a 74,75% ontem, melhor cotação desde maio.

O risco Brasil, que opera de acordo com a oscilação desses títulos e reflete a confiança dos investidores externos no país, cai 2,49% para 1.171 pontos, menor valor desde os 1.149 do dia 10 de junho de 2002. No mês, o indicador recuou 11,4% e no ano, 19%.

Guerra à vista

Esse cenário de recuperação pode, no entanto, ser abalado pela provável guerra no Iraque, ressalvam analistas.

Na próxima sexta-feira, dia 7, acaba o prazo determinado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para o Iraque provar que está desarmado.

Anteontem, Saddam Hussein declarou que pretende destruir os mísseis de alcance acima do permitido que estão em seu arsenal, mas os EUA, apoiados pelo Reino Unido, mantêm a posição de atacar o país ainda que sem provas da ONU sobre a existência de armas de destruição em massa e sem o apoio internacional.

Hoje, Hans Blix, chefe de inspeção de armas da ONU, apresentará novo relatório, podendo definir a posição do organismo internacional.

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