Dólar abre a semana em baixa de 0,74%

Um dia morto. Foi assim que os operadores definiram esta segunda-feira no mercado cambial, dia em que o dólar encerrou em baixa de 0,74% a R$ 3,625 para venda e R$ 3,62 para compra. Já o risco Brasil operou em queda de 4,22%, a 1.519 pontos.

O baixo volume de negócios e o recuo do dia foram vistos como a reação natural do mercado após a liquidação de R$ 2,3 bilhões em contratos cambiais, ontem, que levaram o mercado a pressionar a cotação do dólar nos dois últimos dias de novembro para ampliar seu lucro, apesar da renovação de 71,3% desse montante pelo Banco Central. Também o fim dos ajustes de fim de mês contribuiu para a calmaria, que deve persistir nos próximos dias.

“Tenho expectativa de que amanhã – hoje – [a cotação do dólar] continue caindo, principalmente porque passou a pressão sobre a Ptax”, afirmou Mario Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, referindo-se à mediana do dólar calculada pelo BC que no fim do mês determina o tamanho de lucros e perdas com câmbio na BM&F, a Bolsa de Mercadorias de Futuros.

Obstáculos

O próximo vencimento cambial, de US$ 1,8 bilhão, está marcado para 12 de dezembro. Antes disso, entretanto, dois fatores concentram a atenção do mercado. O primeiro é o anúncio da equipe econômica do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que deve ocorrer na quarta-feira. Muitos investidores vêm segurando negócios para ter uma idéia mais clara do que será o próximo governo em termos de política econômica e monetária.

A outra questão são as dívidas privadas. Este mês, as empresas brasileiras têm US$ 3,1 bilhões em dívidas e juros a saldar no exterior, concentrados essencialmente nas três primeiras semanas do mês, já que depois o mercado entra em clima de festas de fim de ano.

Ainda segundo analistas, pesou pouco no mercado a notícia de que o BC deve promover leilões de linha externa de curto prazo para dar munição para o mercado na virada do ano.

“O BC sempre faz esses leilões na virada, todo ano. Isso já é de praxe”, afirmou Marco Antonio Azevedo, gerente de câmbio do Banco Brascan.

Só neste mês vencem US$ 650 milhões em linhas externas leiloadas pelo BC em setembro, outubro e novembro, das quais o BC já renovou US$ 350 milhões. Outros US$ 150 milhões vencem nesta semana e o restante, no dia 18.

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