Doença causada por fungo ataca bananeiras do Paraná

A Secretaria da Agricultura detectou a presença do fungo Mycosphaerella fijiensis, agente causador da doença conhecida como sigatoka negra, em pomares de banana do Paraná. Depois de constatar a doença em duas regiões de exploração da bananicultura no Estado – Litoral e Norte paranaense -, o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) suspendeu o sistema de certificação fitossanitária e a permissão de trânsito da fruta. A operação está sendo viabilizada em parceria com o Ministério da Agricultura, Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Embrapa e outras entidades.

Segundo o diretor da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal (DDSV), Carlos Alberto Salvador, foram traçadas estratégias de convivência com a doença, que deverão considerar algumas peculiaridades. Fazer ajustes de procedimentos dentro da cadeia produtiva da banana, programa de capacitação e treinamento de profissionais e agricultores para combater a doença e desembaraçamento legal dos fungicidas úteis para controle da doença são algumas das medidas já determinadas.

“O mal da sigatoka negra deve ser visto como mais um desafio para a agricultura do Paraná conquistar novos patamares tecnológicos que propiciem melhoria na qualidade dos produtos, manutenção dos mercados tradicionais, assim como conquista de novos mercados”, ressaltou Salvador.

A sigatoka negra apareceu nas Ilhas Fiji, em 1963. Em 1972, foi identificada em bananais de Honduras e Costa Rica. Passou lavouras do Equador, Colômbia, Peru e Bolívia. Em 1998 surgiu no Amazonas e em junho de 2004 atacou os bananais do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo. O ataque se dá nas folhas, podendo afetar a produção, mas existe a possibilidade de controle usando mudas resistentes ou fungicidas. O consumo de bananas, mesmo de plantas contaminadas, não apresenta riscos à saúde humana.

Medidas preventivas

A transmissão da sigatoka negra se dá por esporos que podem ser levados pelo vento, mudas ou folhas infectadas e assim espalhar-se. Os esporos podem ficar aderidos nas embalagens, caixas, frutos, roupas e até nos veículos que transportam as frutas. Por isso, a secretaria está fazendo o monitoramento dos pomares e exigindo a certificação fitossanitária por técnicos. Está determinada a fiscalização de mudas, embalagens com frutos, além da eliminação de bananeiras e bananais abandonados.

A Divisão de Defesa Sanitária Vegetal recomenda ao produtor que, na época de plantio ou replantio, adquira mudas certificadas, dando preferência ao uso de mudas produzidas em laboratórios. Ele deve também fazer um controle rigoroso da sigatoka amarela já presente nos bananais paranaenses – e realizar práticas culturais adequadas, como a desfolha freqüente, o controle de ervas daninhas, o desbaste e plantio com espaçamento adequado.

A Secretaria da Agricultura recomenda ainda que mudas, frutas, folhas ou qualquer parte da bananeira das regiões onde há contaminação pelo fungo não sejam transportadas. Os técnicos alertam ainda que as folhas de bananeira não sejam utilizadas como material protetor de frutas, caixas e cargas de banana durante o transporte.

O produtor não deve permitir a entrada de veículos em sua propriedade carregados com restos da fruta, folhas e embalagens usadas nem fazer cargas de banana com embalagens usadas ou produzidas em regiões infestadas. Outra recomendação imprescindível é a higienização adequada das embalagens retornáveis (plásticas).

O Paraná tem 9.970 mil hectares cultivados com banana, estando a produção distribuída 50% na região litorânea, 30% na região de Cornélio Procópio e outras áreas de cultivo nas regiões de Cascavel e Jacarezinho.

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