Dívida pública aumenta e preocupa

Brasília

(AE) – Em apenas quatro meses, a participação de títulos de curto prazo na dívida pública mobiliária federal subiu perto de 10 pontos porcentuais, passando de 23,62%, em março, para algo entre 32,5% e 33%, em junho. Os dados sobre o perfil da dívida pública serão divulgados hoje pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Banco Central, e mostrarão piora nos principais indicadores.

O prazo médio dos títulos diminuiu, aumentou a quantidade de papéis corrigidos pela variação do dólar e cresceu o estoque total da dívida, que em maio estava em R$ 639,39 bilhões. Além disso, a valorização do dólar frente ao real contribuiu para a elevação do endividamento do setor público.

É justamente por conta da elevação da exposição cambial da dívida e do volume de vencimentos em 12 meses que as agências de avaliação de risco têm justificado os recentes rebaixamentos da dívida.

Teoricamente, quanto piores esses indicadores maiores os riscos de “calote”. O nervosismo em torno desse assunto tem colocado lenha na fogueira do já conturbado cenário econômico interno e internacional. É também por essa razão que um assunto árido como a dívida pública e as estratégias para sua administração se transformaram em tema de debate em público pelos candidatos à presidência da República.

Os dados a serem divulgados hoje mostrarão que em um único mês, o volume de títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central em poder do público a vencer em 12 meses subiu de 27,76% em maio, para algo entre 32,5% e 33% do total da dívida.

Desde o início de 2001, esse indicador, observado principalmente pelas agências internacionais de classificação de risco, não atingia níveis tão elevados.

Mudança

O governo vinha se esforçando para ampliar os prazos de vencimentos dos títulos e diminuir o risco de financiamento da dívida. Porém, a partir de maio, foi obrigado a colocar um freio nesse processo e voltar a ofertar papéis com prazos mais curtos. Diante do nervosismo do mercado com as incertezas no futuro governo, os investidores passaram a rejeitar títulos com prazo de vencimento a partir de 2003.

A resposta do governo tem sido a de realizar trocas sistemáticas de títulos de prazos mais longos por outros mais curtos, com vencimentos esse ano ou no início de 2003.

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