Em apenas quatro meses, a participação de títulos de curto prazo na dívida pública mobiliária federal subiu perto de 10 pontos porcentuais, passando de 23,62%, em março, para algo entre 32,5% e 33%, em junho. Os dados sobre o perfil da dívida pública serão divulgados amanhã (16) pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Banco Central, e mostrarão piora nos principais indicadores.

O prazo médio dos títulos diminuiu, aumentou a quantidade de papéis corrigidos pela variação do dólar e cresceu o estoque total da dívida, que em maio estava em R$ 639,39 bilhões. Além disso, a valorização do dólar frente ao real contribuiu para a elevação do endividamento do setor público.

É justamente por conta da elevação da exposição cambial da dívida e do volume de vencimentos em 12 meses que as agências de avaliação de risco têm justificado os recentes rebaixamentos da dívida.

Teoricamente, quanto piores esses indicadores maiores os riscos de ?calote?. O nervosismo em torno desse assunto tem colocado lenha na fogueira do já conturbado cenário econômico interno e internacional. É também por essa razão que um assunto árido como a dívida pública e as estratégias para sua administração se transformaram em tema de debate em público pelos candidatos à presidência da República.

Os dados a serem divulgados amanhã mostrarão que em um único mês, o volume de títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central em poder do público a vencer em 12 meses subiu de 27,76%  em maio, para algo entre 32,5% e 33% do total da dívida.

Desde o início de 2001, esse indicador, observado principalmente pelas agências internacionais de classificação de risco, não atingia níveis tão elevados.

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