Dívida externa recuou US$ 1,74 bilhão em julho

Brasília  – A dívida externa brasileira teve significativa redução, de US$ 1,741 bilhão, no mês de julho, em comparação com junho, e soma, agora, US$ 217,112 bilhões, conforme o relatório mensal do Banco Central sobre o setor externo, divulgado ontem. O documento se refere a dados de setembro, mas no caso da dívida a estimativa tem defasagem de dois meses.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, que apresentou o relatório, a redução da dívida ocorreu em virtude da retração de US$ 799 milhões na dívida de médio e longo prazos, e de US$ 943 milhões a menos na dívida de curto prazo, como resultado da redução das obrigações em moeda estrangeira dos bancos comerciais.

Além disso, o constante processo de alongamento da dívida fez com que, no último ano, a dívida de curto prazo reduzisse de US$ 30,229 bilhões para US$ 20,297 bilhões. Diferença que foi em grande parte transferida para a dívida de médio e longo prazos, que aumentou de US$ 188,809 bilhões para US$ 196,814 bilhões, na comparação com junho de 2002.

O relatório do BC também mostra que as reservas internacionais estão, agora, em um patamar mais alto, segundo Altamir. Elas evoluíram de US$ 47,793 bilhões, em agosto, para US$ 52,675 bilhões, no fechamento de setembro, por causa do desembolso da quarta parcela do empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no valor de US$ 4,185 bilhões, e do lançamento de US$ 750 milhões em bônus da República.

A perspectiva é favorável quanto à entrada de dinheiro estrangeiro, no entender do economista do BC, uma vez que no mês passado houve ingressos líquidos de US$ 739 milhões em investimentos diretos. Além disso, investimentos brasileiros no exterior renderam divisas de US$ 416 milhões, o que eleva para US$ 1,156 bilhão o total de investimentos diretos, que somam US$ 6,244 bilhões no ano.

A situação também “está mais confortável”, segundo ele, no que se refere ao balanço de pagamentos. Setor que registrou superávit de US$ 3,641 bilhões no mês passado e já soma US$ 13,154 bilhões no acumulado do ano. Ele disse que o bom resultado no mês decorre basicamente dos saldos de US$ 1,338 bilhão nas transações correntes e de US$ 2,605 bilhões na conta financeira, com destaque, ainda, para o superávit comercial de US$ 2,670 bilhões no mês.

Os gastos líquidos com serviços externos, adiantou, totalizaram US$ 537 milhões, com aumento de 46,3%, na comparação com os gastos de US$ 363 milhões em setembro do ano passado, e acumulam despesas de US$ 3,705 bilhões de janeiro até agora. Os maiores gastos no mês foram com aluguel de equipamentos (US$ 223 milhões), transportes (US$ 170 milhões), royalties e licenças (US$ 90 milhões).

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