Dívida externa diminuiu US$ 5 bilhões em agosto

Brasília  – A dívida externa brasileira fechou o mês de agosto com redução de US$ 5,025 bilhões em relação aos números consolidados no mês de junho. Caiu de US$ 218,853 bilhões para US$ 213,567 bilhões, com redução percentual de 2,3%, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, que apresentou, ontem, o relatório de outubro sobre o setor externo.

Ele disse que a paridade positiva (valorização do real em relação ao dólar norte-americano) contribuiu com redução de US$ 1,1 bilhão no endividamento externo. Além disso, o Brasil quitou os bônus Samurai 03, no valor de US$ 1,687 bilhão; uma parcela de US$ 253 milhões junto ao Banco Mundial, dentro do Programa de Assistência Financeira (PAF); US$ 200 milhões em “Notes” de estatais estaduais; e US$ 1,8 bilhão de obrigações dos bancos comerciais.

No período também houve a renegociação de US$ 1,198 bilhão de bônus de dívida de 1994 por títulos “Par Bonds” (US$ 425 milhões) e “Discount Bonds” (US$ 773 milhões). Amortizações decorrentes de trocas por bônus Global 11 e Global 24, no total de US$ 1,325 bilhão, que resultaram no ingresso líquido de US$ 127 milhões.

Houve, portanto, reduções de US$ 3,2 bilhões (1,6%) nas dívidas de médio e longo prazos, que agora somam obrigações de US$ 194,379 bilhões; e de US$ 1,8 bilhão (8,4%) na dívida de curto prazo, que soma US$ 19,449 bilhões. Do total, US$ 117,843 bilhões são registrados pelo setor público não-financeiro e US$ 95,986 bilhões são de responsabilidade dos setores privado e público financeiro; aí incluída a quase totalidade da dívida de curto prazo.

O relatório do BC mostra, ainda, que o balanço de pagamentos do mês de outubro obteve superávit de US$ 1,673 bilhão, em decorrência, principalmente, dos ingressos líquidos de US$ 1,525 bilhão da conta capital financeira e do saldo positivo em US$ 82 milhões nas transações correntes. Destaque, segundo Altamir Lopes, para o saldo da balança comercial, de US$ 2,543 bilhões, e para os investimentos estrangeiros em carteira, com ingressos líquidos de US$ 984 milhões.

Ele revelou também que os gastos com serviços totalizaram US$ 553 milhões, dos quais as maiores parcelas se referem a despesas com transportes (US$ 187 milhões), aluguel de equipamentos no exterior (US$ 264 milhões) e pagamentos de royalties e licenças (US$ 112 milhões). Segundo ele, as remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$ 2,1 bilhões em outubro, com retração de 5,6% na comparação com o mesmo mês de 2002. Em contrapartida, houve ingresso de US$ 314 milhões em investimentos estrangeiros diretos no mês, o que eleva o acumulado do ano para US$ 6,781 bilhões.

De acordo com o economista do BC, também houve melhora de US$ 1,418 bilhão no saldo de reservas internacionais, que passou de US$ 52,675 bilhões, em setembro, para US$ 54,093 bilhões no mês seguinte, em razão das operações externas de desembolso de US$ 1,5 bilhão em bônus da República e da receita de US$ 91 milhões como remuneração das reservas, menos despesas de US$ 174 milhões.

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