O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Dallas, Richard Fisher, disse em entrevista à rede de televisão Fox Business News que está preocupado com a possibilidade de a autoridade monetária demorar demais para elevar as taxas de juros e, com isso, permitir que as pressões sobre os preços saiam do controle.

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Os EUA estão “definitivamente saindo na frente do resto do mundo” em termos de crescimento, destacou Fisher. “Eu temo que estejamos atrás da curva” quando houver o aumento das taxas de juros, complementou.

No que se refere à inflação impulsionada por salários, “eu não estou preocupado ainda, mas já vi isso acontecer no meu distrito e acho que poderia se estender à toda a nação”, se o Fed não agir em tempo hábil, disse Fisher.

O chefe do Fed de Dallas tem sido um adversário consistente da política monetária ultra relaxada. Ele tem se mostrado preocupado com a perspectiva de que o Fed já forneceu mais liquidez que o suficiente para o sistema financeiro, e que os recursos já injetados na economia parecem estar alimentando um crescimento insustentável dos mercados financeiros. Ele se opôs à decisão do Fed no início deste mês de continuar a prometer taxas de juros próximas a zero por um “tempo considerável”.

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Fisher observou que “estamos vendo pressões sobre os salários em nossa pesquisa que são as maiores desde antes da recessão”, referindo-se a dados do distrito do Fed de Dallas. Ele ainda voltou a advertir sobre o estado atual dos mercados e o relacionamento do Fed com o setor financeiro. “O que me incomoda é que os mercados de renda fixa têm estado demasiadamente fortes”, disse Fisher.

“Nós estamos alimentando os mercados”, disse. “Espero que as pessoas estejam preparadas para o fato de que quando a política for normalizada, o jogo não mais será fácil.” Os participantes do mercado “irão realmente que trabalhar e fazer análises, o que as pessoas não têm feito há muito tempo”, afirmou Fisher. Fonte: Dow Jones Newswires.

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