Diretor da Polícia Federal reclama da falta de dinheiro

Brasília – A Polícia Federal está trabalhando com um orçamento apertado. Os R$ 128 milhões previstos para gastos em custeio do Departamento, como passagens, diárias, combustível e manutenção acabou em junho. A PF está devendo R$ 33 milhões, e se não surgir um crédito suplementar, alguns serviços poderão ser suspensos.

?Estamos batalhando para conseguir recursos orçamentários para atender essa necessidade da Polícia Federal?, disse o diretor de Administração e Logística da PF, Alciomar Goersh, durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.

Segundo Goersh, foi solicitado um crédito suplementar de R$ 115 milhões. Para o ano que vem a situação não vai melhorar: o orçamento destina R$ 128 milhões para o custeio, sendo que, segundo Goersh, a polícia precisa de R$ 298 milhões. Para alcançar o valor, já foi pedido crédito suplementar de R$ 170 milhões. ?Não temos condições de pagar um monte de operações em todo o Brasil, que depende de passagem área, diárias para policiais?, afirmou.

O relator do Orçamento para 2004, deputado Jorge Bittar (PT-RJ), concordou que o orçamento está apertado. ?Está apertado, mas podemos gerar alguma melhoria sobretudo nos investimentos previstos para o próximo ano para que a PF esteja bem equipada.?, disse. Ele explicou que os investimentos são para equipamentos e capacitação técnica do pessoal, ?para estar a altura dos equipamentos sofisticados de tecnologia da informação, de comunicações, de armamentos, para que a policia possa estar preparada para realizar um combate sem trégua ao crime organizado no país?.

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Carlos Garisto, explicou que os investimentos ficam por conta do Funapol ? Fundo Nacional da Polícia, mas que para ter dinheiro é preciso arrecadar. ?Agora, para você poder arrecadar tem que fazer operações, fiscalizações, expedições de passaporte. Nós não temos dinheiro para comprar o passaporte, não temos dinheiro para fazer operação de fiscalização. Como vamos arrecadar??, questionou.

Sobre a recente falta de papel para emissão de passaportes, Alciomar Goersh explicou que o problema já está resolvido. Ele informou que a PF recebe este mês 60 mil cadernetas e em 100 mil por mês até chegar em um milhão. ?Não vai faltar cadernetas em nenhuma parte do país e o tempo elástico está sendo reduzido e está sendo normalizado o atendimento em todo o Brasil?, garantiu.

E na próxima semana, parlamentares da Comissão vão iniciar uma série de diligências fora de Brasília, nas superintendências regionais da Polícia Federal em São Paulo (dia 30); Rio de Janeiro (dia 31); e Rio Grande do Sul (dia 3) para avaliar as condições de trabalho. O relatório deverá ser apresentado ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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