A DirecTV Latin America, uma empresa do grupo Hughes Electronics (GMH), pedirá falência se não conseguir baixar seus custos operacionais através da renegociação de contratos com seus sócios. O anúncio foi feito em um comunicado da empresa assinado por seu presidente, Kevin N. McGrath. Segundo o comunicado, “o histórico de perdas da empresa é conseqüência de elevados custos fixos e de uma dívida pesada herdada do período de deterioração econômica da América Latina e das perdas cambiais na região”. As assinaturas caíram 27% no último trimestre do ano passado, representando prejuízo de US$ 146 milhões e uma perda de 65 mil assinantes, estacionados, hoje, na casa de 1,6 milhão.
A empresa estuda agora mudanças e está procurando assessoria gerencial para encontrar saídas para a crise. Ela quer reestruturar suas contas e refazer contratos com seus sócios para que se adaptem à realidade dos mercados. Nos últimos 18 meses reduziu significativamente seus gastos administrativos e eliminou atividades consideradas não essenciais, assim como novos investimentos.
A PanAmSat Corp. declarou estar disposta a ajudar o esforço de reestruturação da DirecTV Latin America. Destacou que a DirecTV já amortizou US$ 589 milhões de US$ 1,06 bilhão que devia a seis de seus 25 maiores clientes. A mesma coisa fez The Wilton, um provedor de sinal por satélite. A empresa diz que a DirecTV Latin America deverá oferecer este ano cerca de US$ 57 milhões para cobrir as obrigações contratuais existentes.
Os dois principais mercados da DirecTV na América Latina são a Venezuela e a Argentina, que não têm oferecido ambiente para a TV paga. A própria América Latina, em geral, não oferece um clima favorável ao setor pela continuada deterioração do poder aquisitivo de suas populações e de suas moedas. A TV a cabo e a TV por satélite têm se mostrado inacessíveis para a maioria da população da região, frustrando em grande parte as expectativas das empresas que se instalaram por aqui há sete anos, especialmente as empresas americanas.