Faturamento

Diagnóstico do rádio aponta crescimento

A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert) apresentou ontem, em Brasília, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em que mostra o crescimento no faturamento das emissoras de rádio brasileiras, que chegou a R$ 1,67 bilhão no ano passado.

Deste total, informa o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero, R$ 1,49 bilhão originou-se da venda de espaços para publicidade. O setor também foi responsável por 302 mil empregos diretos e indiretos.

Segundo Daniel Pimentel, os setores de rádio e TV contribuem com 0,49% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Sobre a pesquisa encomendada à FGV, disse que “pela primeira vez temos uma real radiografia do setor. O estudo surpreendeu pelo volume de crescimento do faturamento se comparado com dados tradicionais”, disse Slaviero, referindo-se ao projeto Intermeios, que faz um levantamento periódico do setor de mídia. O Intermeios apontou um faturamento de R$ 767,2 milhões, em 2007, com base nas 113 maiores emissoras.

A pesquisa ouviu 917 emissoras de rádio AM e FM, o que representa cerca de um terço das rádios comerciais cadastradas na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O presidente da Abert disse que o estudo vai orientar ações da entidade junto ao governo e ao Congresso. O rádio atende a 98% dos municípios brasileiros e a estimativa é de que existam 210 milhões de aparelhos de rádio no País.

Até o fim de outubro, a Abert pretende divulgar os dados do setor de televisão.

A pesquisa aponta para uma grande presença da música nacional na programação das rádios, sendo 21,1% nas emissoras AM e 37,5% nas emissoras FM.

Enquanto as músicas estrangeiras representam 3,3% da programação nas rádios AM e 17,8% nas rádios FM. Os programas informativos como jornalismo e variedades ocupam 41,7% da programação da rádio AM e 32% na FM.

Sistema americano

Slaviero informou que, até o dia 15 de outubro, a entidade encaminhará ao Ministério das Comunicações e à Anatel a conclusão dos testes com o sistema americano de rádio digital (Iboc).

“Basicamente o estudo vai indicar que o Iboc é o único padrão que opera com qualidade e atende às rádios AM e FM”, disse Slaviero. Segundo ele, os testes não detectaram interferências entre as rádios AM e FM.

O governo brasileiro está aguardando esse estudo para decidir sobre o padrão digital que adotará no Brasil, assim como fez com a televisão. Além do padrão americano, vem sendo estudado no País o padrão europeu. Não há previsão de quando o governo tomará sua decisão.

A expectativa da Abert, segundo Slaviero, é de que a digitalização possa gerar a médio prazo, em três anos após sua implantação, um incremento no faturamento das emissoras, que em 2007 foi de R$ 1,6 bilhão.

Slaviero disse que o setor espera que o governo abra linhas de financiamento para a troca dos equipamentos, principalmente para as emissoras pequenas. A estimativa é de que serão necessários de US$ 80 mil a US$ 120 mil por emissora para a troca de transmissores e antenas.

O presidente da Abert disse que, para que haja uma massificação do rádio digital, é necessário que pelo menos 40 milhões de aparelhos, de um total de 210 milhões em todo o País, sejam digitais.