Desemprego aumentou em janeiro

Rio

  – O desemprego cresceu no primeiro mês do governo Lula em relação ao final do ano passado, sob impacto de fatores sazonais. A taxa de desocupação subiu para 11,2% em janeiro ante 10,5% em dezembro, mas ficou praticamente estável em relação a janeiro do ano passado (11,1%). A técnica do departamento de emprego e rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Shyrlene Ramos de Souza, disse que a taxa deve ser avaliada com cautela porque embute uma série de fatores típicos do período.

A renda também prosseguiu na trajetória de queda, mas nesse caso os dados são disponíveis apenas até dezembro. O rendimento vem sofrendo os efeitos negativos do aumento do desemprego, que por seu lado vem sendo puxado especialmente por São Paulo, que responde por 45% da ocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. A taxa de desocupação paulista chegou a 13% em janeiro, bem acima da média nacional.

Segundo Shyrlene, as taxas de desocupação no primeiro trimestre tendem a ser superiores, todos os anos, às registradas no último trimestre do ano anterior. Além disso, ela explicou que a taxa foi pressionada pelo aumento de 10,8%, de dezembro para janeiro, no número de pessoas que nunca trabalharam e começaram a procurar trabalho no primeiro mês do ano. Segundo ela, essa também é uma característica típica de janeiro, já que vários estudantes formados no final do ano anterior, por exemplo vão em busca de uma vaga no mercado.

Renda

O rendimento médio real dos trabalhadores caiu no ano passado ante 2001, mas o porcentual dessa queda não foi divulgado. No acumulado de janeiro a novembro, houve queda de 3 8% ante 2001, mas o resultado não inclui o dado de dezembro. O IBGE não fez o cálculo do desempenho acumulado da renda das pessoas ocupadas em 2002, com o argumento de que há dificuldades de comparação apresentadas pela nova metodologia da pesquisa mensal de emprego.

Em dezembro – os dados da renda são sempre relativos ao mês anterior aos do emprego – o rendimento real habitual (salário sem gratificações) caiu 5,1% ante novembro. Segundo Shyrlene, o rendimento mantém a tendência de queda devido à reduzida atividade econômica e ao aumento do desemprego, que inibem o poder de barganha dos trabalhadores.

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