Desempregados sem o que comemorar

Hoje, no Dia do Trabalho, milhares de brasileiros só têm a lamentar. A cada ano que passa, um número maior de pessoas ingressa no mercado de trabalho sem que novos empregos sejam criados. Atualmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no País cerca de oito milhões de pessoas desocupadas, sendo que cerca de 900 mil se encontram no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Encontrar um emprego estável e com carteira de trabalho assinada tornou-se um desafio. O mercado de trabalho é cada vez mais exigente e competitivo. Segundo o técnico da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Luiz Donizeti Moraes, os profissionais que mais sofrem são os da construção civil. Porém, a crise é generalizada e em todas as áreas existem dificuldades para se conseguir emprego.

“Devido aos encargos sociais, que são considerados bastante altos, muitas empresas deixam de contratar trabalhadores com carteira assinada. Isto faz com que muita gente acabe no mercado informal”, afirma Donizeti. “Os trabalhos temporários, geralmente sem regularização, também acabam sendo alternativas para algumas pessoas.”

Bastante discriminatório, o mercado de trabalho também elimina pessoas que não possuem escolaridade. Quem não tem qualificação alguma sofre para conseguir um salário digno. Porém, até quem possui diploma e fala uma língua estrangeira está tendo dificuldades para conseguir trabalhar. “Para quem tem curso superior, são exigidas muitas especificações. É comum que hajam vagas, mas que não existam profissionais capacitados para ocupá-las”.

Faixa etária

Outro problema é a faixa etária. Enquanto algumas pessoas, geralmente dos 18 aos 24 anos de idade, são consideradas jovens demais para desempenhar determinadas funções e ocupar certos cargos. Quem tem mais de 40 ou 45 anos muitas vezes já é tido como velho. “Os jovens conseguem participar de estágios, que são para formação pedagógica, mas muitas vezes têm dificuldades para conseguir emprego”, comenta a coordenadora do Núcleo Pró-igualdade da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), Regina Oleski. “Já o preconceito faz com que as pessoas de mais idade sejam vistas como mais lentas para o trabalho ou não adaptáveis a novas realidades. É preciso mudar esta mentalidade ainda presente em algumas empresas”.

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