Deflação é sintoma de economia doente

São Paulo  – A deflação apresentada por índices como o IPC-Fipe e o ICV-Dieese de junho é “o sintoma de uma economia doente”, segundo avalia o diretor adjunto de pesquisas e estudos econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Faldini. “A deflação é um termômetro que indica que a economia não está bem, que há falta de demanda, que a produção está baixa, que as coisas estão paradas. É um sintoma de economia doente”, disse. Segundo ele, esse não é um problema econômico mas sim político. “Não quer dizer que o governo não esteja fazendo coisas certas. Ele (governo) fez um resgate da credibilidade; agora tem que aproveitar esse cacife político e fazer as reformas pra valer”, defendeu.

Faldini acredita que o caminho para a retomada do crescimento não é só cortar juros. “Precisamos de medidas complementares, ir pelo caminho de mudança de estratégia, de modo a construir um governo forte mas pequeno e eficaz”, afirmou. Segundo ele, todos os segmentos da indústria vivem uma situação difícil, em especial os mais voltados para o mercado interno. E a deflação, que pode se estabelecer se for verificada por outros índices nas próximas semanas, já tem seus reflexos na indústria: “Todo mundo já está negociando preço, tanto a indústria com os fornecedores quanto o comércio com a indústria. Há uma pressão para baixar preço, que pode se tornar difícil uma vez que ainda há pressão de custos que subiram no último trimestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano”, afirmou.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) fechou o mês em – 0,16% ante variação positiva de 0,09% registrada na terceira prévia do mês. Em maio, a inflação medida pelo IPC foi de 0,31%. O Índice de Custo de Vida (ICV) medido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócios Econômicos (Dieese) na cidade de São Paulo foi negativo em 0,26% em junho. Essa é a menor variação do ICV desde novembro de 1998, quando o índice atingiu menos 0,34%, e representa um recuo de 0,50 ponto porcentual em comparação a maio, quando o ICV atingiu 0,24%.

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