São Paulo – A variação negativa de 0,25% na média dos preços ao consumidor, na cidade de São Paulo, na primeira quadrissemana de julho – período de 30 dias, encerrado no último dia 7 – é a maior verificada desde a terceira quadrissemana de junho de 1999, quando se verificou uma queda de 0,28%.

Nos dois casos, afirma o coordenador do IPC-Fipe, Heron do Carmo, o comportamento da inflação está relacionado ao movimento do dólar. Em 1999, diz, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 1,80 e, depois, caiu para R$ 1,40. Agora, depois de atingir R$ 3,60, caiu para R$ 2,80. “Quando o dólar sobe, tira parte do poder de compra do consumidor”, explica, acrescentando que, com a queda do dólar, a inflação recua e devolve parte do poder aquisitivo das pessoas.

Mas, mesmo com a recuperação de parte do poder aquisitivo do consumidor, a inflação tende a se manter em baixa porque os setores oligopolizados perderam mercado ao reajustar os preços pela alta do dólar. “Esses setores, mais resistentes à queda, estão agora trocando a recomposição de margem por uma participação maior no mercado”, diz Heron, que prevê aumento da inflação a partir da terceira parcial, por causa dos reajustes das tarifas de telefonia fixa e energia elétrica. Isso fará com que a inflação fechada de julho termine em torno de 0,40%, mas, segundo o coordenador, esta alta sazonal não deverá romper a trajetória de queda da inflação. Em setembro, por exemplo, já livre das pressões das tarifas, o IPC-Fipe deverá apresentar taxa em torno de 0,30%, ficando em linha com o núcleo desta primeira quadrissemana de julho, de 0,33%.

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