Déficit da Previdência aumenta para R$ 16,5 bi

O rombo da Previdência Social continua crescendo. Em setembro ela fechou com um déficit de R$ 2,219 bilhões, 1,5% a mais do que o resultado negativo de agosto que foi de R$ 2,185 bilhões. O déficit acumulado no ano já alcança R$ 16,516 bilhões, 26,2% maior em relação ao mesmo período de 2002. Aliás, o desempenho negativo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nos primeiros nove meses de 2003 é praticamente igual a todo o resultado acumulado no ano passado, que foi de R$ 17 bilhões.

Brasília (AE) – Segundo o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, que apresentou os dados ontem, a causa principal da deterioração dos números do INSS no ano é o fraco desempenho do mercado de trabalho, com queda expressiva da renda real dos trabalhadores. Como a principal fonte de receita do INSS vem da arrecadação sobre a folha de salários, toda vez que a massa salarial está em declínio piora a situação do INSS.

As explicações do secretário são comprovadas por números. Nesses nove meses não chega a R$ 300 milhões o aumento da despesa com pagamento de benefícios em relação a igual período de 2002. Em contrapartida, a arrecadação líquida apresentou uma queda significativa. No ano passado ela foi de R$ 59,302 bilhões no período e este ano está em R$ 56,089 bilhões.

O secretário argumenta, no entanto, que já existem sinais de melhora. Ele disse que no acompanhamento online que o ministério faz da arrecadação, outubro será um mês bem melhor que setembro. “Já estamos com pelo menos R$ 300 milhões a mais”, contou. Ele também disse que espera surpresas agradáveis na recuperação de crédito, uma vez que as empresas aderiram ao novo parcelamento e ainda com relação ao mercado de trabalho, que já mostra sinais de vitalidade.

Até setembro, a recuperação de créditos ficou aquém do resultado obtido em 2002. Foi quase R$ 1 bilhão arrecadado a menos e o motivo, segundo Schwarzer, é que as empresas pararam de pagar enquanto esperavam o novo programa do governo. Mesmo com esse panorama até agora desfavorável às contas do INSS, o secretário disse que está mantida a previsão de déficit para o final do ano, de R$ 26,1 bilhões. “Fizemos a estimativa com o cenário mais conservador possível”, explicou.

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