Decisão sobre greve dos metalúrgicos ficou para hoje

Após três dias de greve, os 8 mil metalúrgicos da Volkswagen-Audi e da Renault-Nissan, em São José dos Pinhais, realizam hoje novas assembléias nas portas das fábricas para definir os rumos da mobilização.

Ontem, no final da tarde, representantes do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e do Sinfavea (sindicato patronal que representa as montadoras) se reuniram mais uma vez, na tentativa de chegar a um acordo.

Os metalúrgicos reivindicam 7,6% de reposição de inflação, 5% de aumento real e abono no valor de R$ 1,5 mil. A proposta inicial das montadoras era 7,6% de reajuste e 0,5% de aumento real.

“Os trabalhadores estão mobilizados e conscientes de que o momento das montadoras é altamente favorável, com recordes de produção e vendas sendo batidos. A proposta apresentada até agora é irrisória. É inferior até mesmo à fechada no ano passado”, afirmou o presidente do SMC, Sérgio Butka. Segundo Butka, caso o Sinfavea não melhore sua oferta, a tendência é de que a paralisação se estenda por tempo indeterminado.

Durante os três dias de greve, cerca de 5 mil veículos deixaram de ser produzidos na Grande Curitiba – aproximadamente 2,5 mil na Volks e 2,4 mil na Renault – além de ônibus e caminhões que deixaram de ser fabricados na Volvo em um dia de paralisação.

São Paulo

No interior de São Paulo, metalúrgicos de pelo menos quatro montadoras pararam a produção ontem, em protesto contra o reajuste salarial proposto pelas empresas.

A greve de 24 horas afetou as fábricas de General Motors, em São José dos Campos, e da Honda, em Sumaré; Toyota, em Indaiatuba; e Mercedes-Benz, em Campinas. Os metalúrgicos do interior de São Paulo pedem reajuste de 18,83% (índice que inclui inflação mais o aumento real) além de garantia de gatilho salarial toda a vez que a inflação atingir 3%.

 

As montadoras, que negociam representadas pelo Sinfavea, ofereceram na última negociação reajuste de 1,25% real mais inflação, segundo os metalúrgicos. Hoje haverá nova reunião da categoria com o Sinfavea. Caso não haja acordo, os metalúrgicos poderão decidir por greve por tempo indeterminado.

Na região do ABC Paulista – onde estão instaladas montadoras como a Ford e a Scania -, os trabalhadores também ameaçam parar. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não divulgou quanto a categoria está exigindo de reajuste, mas a assessoria de imprensa da entidade informou que o índice de 1,25% proposto pelo Sinfavea está “bem longe” do que os trabalhadores estão pedindo. Na semana passada, a entidade havia oferecido 0,5% de aumento real – mesmo índice proposto na Grande Curitiba.