Debate sobre a Alca divide especialistas

A Área de Livre Comércio das Américas (Alca), iniciativa de 34 países proposta no ano de 1994, vai ser a maior área de comércio aberto do mundo. Segundo especialistas, o bloco terá um mercado consumidor composto por oitocentas milhões de pessoas.

Ontem, no auditório do Cietep, em Curitiba, diversos estudiosos e empresários se reuniram para discutir o assunto.

As opiniões sobre a Alca são bastante diversas. Enquanto algumas pessoas se mostram pessimistas, dizendo que os Estados Unidos vão lotar as prateleiras dos supermercados brasileiros, outras são otimistas e acreditam que a Alca vai ser uma oportunidade para que os produtos brasileiros sejam valorizados no mercado americano.

“Pelo que tudo indica, a Alca é um caminho sem volta e não há como o Brasil ficar de fora, pois atualmente não cabe a ninguém se isolar. Nosso País vai ter que saber negociar para tirar as melhores vantagens possíveis do negócio”, comenta a responsável pela Wetzel, empresa de fundição de ferro e aço de Santa Catarina, Verônica Heinzelmann. “A Alca vai possibilitar a amplitude de mercado, troca de conhecimentos e crescimento. É certo que os produtos americanos vão invadir nossas prateleiras, mas também iremos invadir as prateleiras americanas com nossa produção”. Anualmente, a Wetzel exporta 12 mil toneladas de ferro para os Estados Unidos, países da Europa e Japão.

Na opinião do representante da Câmara na Coalizão Empresarial Brasileira, Fabio Rua, ainda é cedo para saber com clareza quais serão as conseqüências da Alca para a economia brasileira. Porém, ao que tudo indica, alguns setores de serviços que atualmente não têm grande competitividade devem sofrer. Entre eles o de seguros, previdência privada e transportes marítimos. “O governo brasileiro protege esses setores. Porém, com a abertura comercial, a competitividade vai ser grande”, afirma. “Muitos podem ir à falência. Outros saberão transformar o desafio em oportunidade”.

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