Dados confirmam reação do emprego na indústria

Os dados do mercado de trabalho industrial em agosto mostram uma predominância de resultados positivos que confirmam a crescente recuperação do emprego no setor, ainda que o patamar da ocupação se mantenha abaixo do recorde de setembro de 2008. A observação foi feita hoje pelo técnico da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo. “Muito mais do que o aumento de 0,1% no emprego da indústria ante julho, os dados de agosto mostram uma manutenção da trajetória ascendente de contratações no setor”, disse.

Macedo destacou o retorno do crescimento no número de horas pagas, de 0,8% em agosto ante julho, após uma queda de 0,3% em julho ante o mês anterior. Segundo ele, essa alta reflete o pequeno aquecimento registrado na atividade industrial, no terceiro trimestre ante o segundo trimestre do ano.

O técnico da coordenação de indústria salientou que o crescimento do emprego foi generalizado, em todas as regiões e na maior parte dos segmentos investigados. Segundo ele, a ocupação industrial vem sendo puxada pelas atividades que estão impulsionando a produção industrial, como máquinas e equipamentos, meios de transporte e eletroeletrônicos.

Não há detalhamento dos dados setoriais ante o mês anterior. No entanto, na comparação com agosto do ano passado, os destaques de crescimento na produção da indústria ficaram com máquinas e equipamentos (12,7%), meios de transporte (9,5%), produtos de metal (9,0%), máquinas, aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (9,8%), calçados e couro (8,0%) e metalurgia básica (12,9%).

Apesar da continuidade na trajetória de recuperação, Macedo lembrou que a ocupação na indústria ainda estava, em agosto, em patamar 1,8% inferior ao recorde de setembro de 2008, antes dos efeitos da crise sobre o setor. Segundo ele, o ajuste no mercado de trabalho à crise foi ainda mais forte do que ocorreu na produção, que já havia superado, em março de 2010, o patamar anterior às turbulências.

No que diz respeito à queda de 2,9% na folha de pagamento real da indústria em agosto ante julho, Macedo disse que é “pontual” e reflete um efeito de base de comparação importante do resultado de julho, quando houve aumento de 1,9% na folha ante o mês anterior, alavancado pelo pagamento de bônus e benefícios em empresas da indústria extrativa. “É uma queda natural e pontual, no mês que vem já não haverá essa influência”, afirmou. Em relação a agosto do ano passado, a folha aumentou 9,0%.