CVM tem novo diretor mas colegiado segue desfalcado

A posse do diretor Roberto Tadeu Antunes Fernandes na diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ainda deixa desfalcado o colegiado da autarquia, responsável por dar a palavra final na regulação do mercado de capitais e em julgamentos de condutas irregulares de seus agentes.

A quinta e última cadeira vaga só deverá ser preenchida na gestão do próximo presidente da CVM, que substituirá Maria Helena Santana a partir do segundo semestre.

A avaliação é de Eli Loria, membro da diretoria da CVM até dezembro do ano passado. Na segunda-feira, após 33 anos na comissão, ele passou o bastão para Tadeu Fernandes. Segundo Loria, não haveria mais tempo hábil para cumprir os trâmites que começam na indicação pelo Ministério da Fazenda, passam pela Casa Civil e a Presidência da República para, só então, ir à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, responsável por sabatinar o candidato.

O assento vago na diretoria é o que foi deixado no fim de 2012 por Alexsandro Broedel, professor de Contabilidade da USP, por razões pessoais. Quem assumir seu lugar terá mandato até dezembro de 2014. Já Tadeu Fernandes, funcionário de carreira da CVM desde 1979, fica até dezembro de 2016.

Em relação à substituição na presidência da autarquia, Loria aposta na indicação de um dos membros da atual diretoria. A escolha cabe ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas a indicação da atual presidente deve pesar. Além de Tadeu Fernandes, o colegiado da CVM é composto pela advogada Luciana Dias, por Otávio Yazbek, que vem assumindo como interino na ausência de Maria Helena, a quarta integrante do grupo. “Seria interessante e sinalizaria continuidade”, disse.