Custo de vida em São Paulo é maior para mais pobres

A inflação para a população de menor poder aquisitivo foi bem mais significativa do que a registrada para a de maior renda na capital paulista em abril. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV) do mês passado, enquanto a variação média do indicador geral foi de 0,68% em São Paulo, o índice específico para os mais pobres registrou taxa de 0,94%, e o que capta o custo de vida dos mais ricos avançou menos que a média: 0,58%.

Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três indicadores de inflação, de acordo com os estratos de renda das famílias da capital paulista. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).

No primeiro estrato, o ICV de abril foi 0,44 ponto porcentual superior ao de 0,50% do mês anterior. Em contrapartida, no terceiro, de maior renda, a taxa de inflação foi 0,07 ponto porcentual inferior à de 0,65% de março. No grupo intermediário, o ICV passou de 0,50% para 0,78%.

De acordo com o Dieese, a alta no grupo das Despesas Pessoais (11,38%) – que foi a mais expressiva entre os grupos pesquisados no ICV – teve origem no reajuste dos cigarros e agravou os resultados das taxas por estrato de forma decrescente com a renda. Respondeu por 0,67 ponto porcentual da inflação dos mais pobres; 0,52 ponto do ICV intermediário; e 0,33 ponto da taxa dos mais ricos. “Ou seja, o fumo pesa mais nos gastos das famílias de menores rendas”, destacaram os técnicos da instituição.