Curitiba teve deflação de 0,07% no mês de outubro, indica Ipardes

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no mês de outubro em relação a setembro foi de -0,07%. Com isso, a inflação acumulada no ano ficou em 4,20% e, nos últimos 12 meses, em 5,65%. O cálculo foi realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e divulgado nesta quarta-feira (12).

Com taxa de -2,78%, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi o que mais contribuiu para o resultado final do IPC de outubro, devido à queda nos preços de medicamentos (-7,20%) e perfumes (-6,73%), decorrente de promoções feitas pelos comerciantes. Destacam-se os seguintes grupos de medicamentos: antiinflamatório (-10,22%), vasodilatador (-8,08%), antiinfeccioso e antibiótico (-5,68%), antigripal e antitussígeno (-9,42%).

O grupo de alimentos e bebidas, segundo de maior influência no índice geral, apresentou alta de 0,44%, em outubro. Os itens que mais contribuíram para este resultado foram, com alta de preços, feijão preto (13,75%), almoço e jantar – refeição (0,67%), tomate (11,42%) e coxão mole (8,38%) e, com queda, leite pasteurizado (-2,35%) e pêssego (-34,07%).

A coordenadora do Projeto IPC do Ipardes, Maria Luiza Veloso, ressalta a alta de preços do feijão preto, que tem tido grande peso no grupo alimentos e bebidas. Nos últimos doze meses, o grupo formado por alimentos e bebidas subiu 11,56%, enquanto o feijão preto teve aumento de 120,52% no mesmo período, ou seja: subiu 10 vezes mais que a inflação registrada para todo o grupo.

“Notamos que de novembro a janeiro de 2007, a forte estiagem que atingiu a colheita do feijão preto pressionou o aumento dos preços. No entanto, na maior parte dos meses subsequentes, o aumento dos preços persistiu”, informou Maria Luiza.

O grupo artigos de residência apresentou variação positiva de 1,12% no mês de outubro. As principais influências foram dos itens: tapete (14,73%), conserto de eletrodomésticos (4,91%), móvel para sala – mesa/cadeiras (10,99%) e móvel para sala – estofados/mesinhas (5,99%).

Com alta de 0,25%, o grupo Transporte e Comunicação apresentou como principais influências as altas em: automóvel de passeio e utilitário usado (1,62%) e passagem de avião (5,13%) e as quedas nos preços dos combustíveis: gasolina (-1,39%) e álcool (-2,71%).

Já o grupo despesas pessoais apresentou diminuição de preços da ordem de -0,29%. Para este resultado, a maior influência foi o item casas noturnas, com queda de -22,52% em seus preços, tendo sido, inclusive, o item que mais contribuiu dentre todos os pesquisados pelo IPC. Destacam-se com alta: pacote turístico (7,03%) e disco laser – CD (6,64%).

O vestuário teve alta de 0,38%. As principais contribuições no índice geral se devem aos seguintes itens: jóias, com alta de 14,30% e conjunto esportivo infantil, que teve queda de -18,70%.

A habitação apresentou alta de 0,11%, destacando-se o aumento nos preços do aluguel de moradia, que variou 0,60%.

Para o cálculo da inflação, o Ipardes coleta, mensalmente, em Curitiba, cerca de 60 mil preços de produtos consumidos por famílias que possuem renda mensal que varia de 1 a 40 salários mínimos, ou seja, que ganhavam de R$ 415,00 a R$ 16.600,00.