Curitiba acumula a maior inflação pelo IPCA

Curitiba acumula nos seis primeiros meses do ano a maior inflação do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De janeiro a junho, registrou alta de 5,11% contra a média nacional de 3,48%, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice se refere a preços de produtos e serviços consumidos por famílias com rendimento de até 40 salários mínimos.

O IPCA pode ser considerado o principal índice de inflação porque é usado como parâmetro para o sistema de metas de inflação do governo. O indicador é calculado mensalmente pelo IBGE, nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além de Brasília e Goiânia.

Entre os setores que puxaram a inflação na capital paranaense, destaque para os alimentos, com alta de 2,96%, contra a média nacional de 2,09%. “A batata inglesa, por exemplo, aumentou 41% em Curitiba, acima da média nacional de 35%. Também as hortaliças subiram: 65% contra 21% no País”, aponta a economista Eulina Nunes, gerente de Pesquisa de Preços do IBGE. Segundo ela, o frio foi o principal fator que elevou os preços dos alimentos. “São itens mais sensíveis.” Uma alta sem explicação, de acordo com Eulina, foi a dos ovos, que subiram 11% em Curitiba desde o início do ano e apenas 2,90% na média nacional. Também o leite aumentou: 15,8%, contra a média de 12,1%.

Outros setores que puxaram para cima a inflação da capital paranaense foram a energia elétrica – com alta de 13,54%, enquanto a média nacional ficou em 4,90% – e o ônibus urbano (transporte coletivo), que acumula alta de 15,15% contra o índice nacional de 1,43%.

No mês

Em junho, a inflação em Curitiba foi a segunda maior entre as nove regiões pesquisadas: 0,98%, bem próximo ao índice de Porto Alegre (0,99%). Já a média nacional foi de 0,71% – a maior taxa desde janeiro e pouco acima da variação de 0,67% estimada pelo mercado, de acordo com pesquisa do Banco Central. O índice de inflação do mês passado supera os resultados de maio (0,51%) e de junho do ano passado (deflação de 0,15%).

Em Curitiba, a inflação no mês foi puxada essencialmente pelos alimentos, segundo a economista Eulina Nunes. Enquanto a média nacional foi de 0,72%, em Curitiba chegou a 1,49%. “O aumento é basicamente por conta do clima mais frio”, aponta Eulina. Segundo ela, o tomate aumentou 30% no mês; o pimentão, 50%, enquanto a cebola, 53%. O pão francês também ajudou a puxar a inflação, com aumento de 5,56%, contra a média nacional de 1,14%. A influência foi da farinha de trigo, que aumentou 3,66% em Curitiba, enquanto a média foi 2,94%.

O gás de cozinha também influenciou, com aumento de 1,02%. No País, houve deflação de 0,07%. “O preço do gás de cozinha não foi reajustado, mas vem aumentando por conta de impostos, como a Cofins”, acredita a economista do IBGE. O automóvel novo também teve aumento acima da média – 1,39% em Curitiba contra 1,13% – e o álcool combustível, que subiu 12,61% na capital paranaense, enquanto o índice nacional foi de 11,35%.

No País

No grupo transportes, a gasolina teve o maior impacto individual na inflação. A alta do combustível, de 3,52% para o consumidor, ocorreu devido ao reajuste do preço nas refinarias de 10,8% anunciado pela Petrobras no início do mês passado.

Também houve o reajuste do álcool combustível (11,35%) por conta da alta da cotação da cana-de-açúcar. Ainda no grupo transportes, exerceram pressão os automóveis novos (1,13%) e tarifas de ônibus urbanos (0,62%).

Já os alimentos tiveram alta de 0,72% após uma alta de 0,23% em maio. Entre os maiores reajustes, destacam-se a cebola (29,21%), o tomate (28,43%) e as hortaliças (6,34%). O avanço dos preços foi causado pelo frio, que gera perdas aos produtores.

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