Anderson Tozato
Ofertas já estão espalhadas pela cidade.

O pacote de desoneração tributária anunciado pelo governo federal na segunda-feira visa impulsionar a produção nacional, sobretudo no no setor automotivo, mas carece de reflexão por parte do consumidor. Cautela é a palavra de ordem para quem quer “aproveitar” as facilidades advindas da isenção do IPI dos automóveis de até 1000 cilindradas. Esses veículos devem apresentar redução no preço final de 7%, segundo os cálculos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores seccional Paraná (Fenabrave-PR).

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Até o fim semana, as ofertas já estarão espalhadas por todos os cantos da cidade e vêm ao encontro do objetivo do setor de ensaiar o movimento de recuperação frente à queda nas vendas do primeiro quadrimestre deste ano. “Mais do que a redução do IPI, as medidas anunciadas pelo governo de incentivo aos bancos deve ajudar a impulsionar as vendas com menos entraves aos financiamentos”, aposta o diretor da Fenabrave-PR e diretor comercial da Servopa, Marco Antônio Rossi. Segundo ele, o susto tomado com o aumento da inadimplência nos financiamentos de veículos, que ficou em 3,5%, freou a aprovação de crédito para a compra de veículos.

Endividamento

Do ponto de vista da saúde financeira, a coordenadora do Laboratório de Orçamento Familiar da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ana Paula Mussi Querumbim, alerta aos candidatos à compra de carros com as facilidades que ficarão em vigor até agosto, que a parcela do financiamento vem acompanhada dos chamados “custos acessórios”. “Deve-se avaliar se o salário dará conta de mais essa parcela, por menos que seja, e IPVA, seguro, combustível e manutenção”, enumera.

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Garantia de pagamento

Outro questionamento necessário antes de se endividar é quanto a garantia de pagamento. “Só dá para contrair empréstimo com a certeza de que irá cumpri-lo”, recomenda a coordenadora do Laboratório de Orçamento Familiar da UFPR, Ana Paula Mussi Querumbim. Aliás, sobre isso, a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para crédito a pessoas físicas deve ser usada apenas na renegociação de dívidas. “Há excesso de crédito e de produtos em oferta. As pessoas precisam avaliar se precisam de fato de mais um bem ou carro comprado por financiamento.”

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Quem quiser orientação sobre finanças pessoais pode agendar consulta gratuita pelo e-mail anapaulamussi@ufpr.br