Crise na Europa freia interesse pelo Brasil

A crise da Europa ameaça acabar com a lua de mel do mercado internacional com o Brasil. Nem tanto por razões domésticas, mas porque um eventual prolongamento das turbulências tende a secar os recursos disponíveis mundo afora para aplicações em ativos considerados de risco, como os brasileiros. As incertezas dos últimos dias já fizeram estragos no País – por enquanto, restritos à área financeira, sem afetar a economia real.

Os estrangeiros tiraram quase R$ 900 milhões da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos três primeiros dias úteis de maio. A média diária de saída (próxima a R$ 300 milhões) supera até mesmo a do pior momento da crise global. Em outubro de 2008, deixaram a Bolsa R$ 4,7 bilhões, valor recorde dos últimos anos. Na média diária, eram R$ 213 milhões.

No mercado futuro de câmbio, os estrangeiros passaram a apostar na desvalorização do real. Até o início da semana passada, esses investidores tinham uma posição de US$ 2,6 bilhões a favor da moeda brasileira. Terça-feira, inverteram a posição rapidamente. Agora, a posição está em US$ 2,5 bilhões a favor da alta do dólar.

Essa é uma das razões que explicam o ganho de 6,45% da moeda americana nos cinco primeiros dias úteis de maio. Na sexta-feira, o dólar valia R$ 1,85, ante R$ 1,74 no fim do mês passado.

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