Crise já afeta estratégia do Tesouro para dívida pública

O coordenador de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional Fernando Garrido, afirmou nesta quarta-feira (24) que o agravamento da crise internacional tem afetado a estratégia de administração da dívida pública. Segundo ele, nos momentos de maior volatilidade, os investidores demandam títulos de prazo mais curtos.

“O que podemos afirmar é que o Tesouro vai continuar com a sua política de emissões de acordo com as condições de mercado. Nos momentos de maior volatilidade, a gente pode esperar que o Tesouro adapte a sua oferta de títulos às condições de mercado”, afirmou.

À pergunta sobre se o nervosismo tem afetado a estratégia do Tesouro, Garrido respondeu: “A administração é sempre pautada de acordo com as condições de mercado. Nesse sentido, então, sim. Qualquer movimento de mercado que modifique as condições de demanda tem uma reposta por parte da estratégia do Tesouro”.

O coordenador também reconheceu que essa procura por títulos com vencimentos mais curtos já afetou o prazo médio da dívida em agosto. “As emissões foram realmente com prazo menor e refletem a adaptação de estratégia. Em momentos de maior volatilidade, o mercado demanda mais títulos de prazo mais curtos e menos títulos de prazos mais longos”, afirmou.

Segundo o coordenador, o Tesouro vem tendo uma postura mais cautelosa devido à crise internacional. Mas ponderou que não houve “mudança significativa” de estratégia de agosto para setembro. Em agosto, com o aumento da aversão ao risco e redução da demanda, o Tesouro anunciou mudanças no Plano Anual de Financiamento (PAF).