Crise financeira afeta empresas do Paraná

As empresas paranaenses já sentem o efeito da crise do mercado financeiro internacional e o principal impacto é a maior dificuldade de acesso ao crédito. É o que revela uma pesquisa feita pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

O resultado da pesquisa, apresentada na noite de segunda-feira durante o Fórum das Indústrias, em Curitiba, mostra que 43,75% das empresas consultadas encontraram dificuldades para contratar crédito, seja para o financiamento de exportações ou para capital de giro e desconto de duplicatas. A Fiep ouviu 60 indústrias sediadas no Paraná, das quais 70% exportadoras, entre os dias 24 e 29 de outubro.

De acordo com o coordenador do Departamento Econômico da Fiep e da pesquisa, Maurílio Schmitt, as empresas têm sentido a dificuldade porque “os bancos restringiram as linhas de crédito em razão da trava de liquidez no mercado internacional”.

A pesquisa mostra, por outro lado, que 64,28% das indústrias paranaenses dizem acreditar que devem manter ou até ampliar suas vendas internas até o fim do ano, em detrimento ou não das exportações.

Na avaliação de Schmitt, o maior papel do Banco Central no momento é o de ajustar a economia perante o novo patamar do câmbio, cuja previsão para o fim do ano era de R$ 1,65 antes da crise e pulou para a casa dos R$ 2 no fim de outubro.

Segundo a pesquisa da Fiep, a maioria das indústrias paranaenses (45,76%) diz esperar manter iguais as receitas em real independentemente de possíveis reduções de exportações decorrentes da contração internacional.

Entretanto, 22,03% das empresas responderam que esperam reduzir a importação de insumos com a alta do dólar. Já 16,95% das indústrias prevêem ganhar ou ampliar mercados internacionais com o aumento do patamar do câmbio.

A pesquisa revela ainda que, apesar da mudança do patamar do câmbio, 60,71% das indústrias paranaenses afirmam pretender continuar com os mesmos fornecedores, mas que 25% prevêem a substituição de fornecedores estrangeiros por nacionais. “Crise também serve para isso: encontrar oportunidades”, afirma Schmitt.