O temor de que o agravamento da crise nos Estados Unidos atinja em cheio os preços das matérias-primas (commodities) começa a se confirmar. Se a queda das cotações das matérias-primas agrícolas e industriais comercializadas no mercado internacional se acentuar, o País passa a conviver com o risco de ver suas vendas externas estagnarem ou até caírem em relação aos valores do ano passado, interrompendo um ciclo de oito anos de crescimento consecutivo das exportações.

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De acordo com índice elaborado pelo Commodity Research Bureau, dos Estados Unidos, uma das principais empresas de pesquisa e análise de commodities no mundo, as cotações desses produtos perderam sustentação depois que a crise nos EUA se disseminou pelos mercados mundiais. Na quarta-feira, o índice estava 1,1% abaixo do nível de dezembro. Na média de janeiro, no entanto, as cotações ainda exibiam alta de 4,9%.

?Os preços de algumas commodities exportadas pelo Brasil já dão mostra de enfraquecimento?, diz Fábio Silveira, sócio diretor da RC Consultores. Segundo ele, o preço da soja, principal commodity agrícola negociada pelo País no mercado global, apresenta alta de 9% na média de janeiro, mas na quarta-feira a cotação do grão já era praticamente igual à do mês passado. Também na ponta, o preço do suco de laranja estava 6% abaixo da cotação de dezembro, enquanto o do petróleo caia 3,3% e o do zinco apresentava desvalorização de 6%.

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