Crescimento de 0,1% mostra estagnação da indústria

Resultado da economia desaquecida, a indústria brasileira sofre com a estagnação. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial do país cresceu apenas 0,1% em maio na comparação com abril. Os números já estão livres de fatores sazonais. Já em relação a maio de 2002, houve queda de 0,3% na produção industrial. Trata-se da segunda retração consecutiva apurada neste tipo de comparação – em abril, a indústria já havia produzido -3,7%.

Nos últimos 12 meses, a produção da indústria ainda está positiva em 2,7%. Nos primeiros cinco meses deste ano, a produção cresceu 0,6%.

As exportações e o setor agrícola evitaram que o resultado fosse ainda pior, por registrarem as maiores taxas de crescimento em relação a maio do ano passado. A produção de máquinas e equipamentos para agricultura, por exemplo, cresceu 45,4% no período.

Os segmentos que tiveram o pior desempenho foram aqueles destinados ao consumo interno do país, em sua maioria de bens de consumo como aparelhos de televisão, roupas e medicamentos. A indústria de vestuário e calçados, por exemplo, registrou retração de produção 16,2% e a farmacêutica, de 18,1%.

A produção de eletrodomésticos caiu 16,1% e a produção de carros caiu 7,4%. No total, esse setor de bens de consumo duráveis teve queda de 7,7%. Já os setores de produtos semi e não-duráveis, como alimentos e remédios, registraram retração de 1%.

Um dos destaques positivos de maio foi a produção de petróleo e gás, cuja alta foi de 0,2%.

Emprego em queda

O emprego na indústria brasileira teve a maior queda desde agosto de 2001, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Pela primeira vez no ano, o indicador de pessoal empregado apresentou variação negativa. A queda foi de 0,34% em relação a abril considerando o índice dessazonalizado. Na comparação com maio do ano passado, no entanto, houve crescimento de 0,91% no emprego.

O indicador registra no acumulado do ano um crescimento de 1,11%. De acordo com os técnicos da CNI, o o resultado do nível de emprego reflete o fraco desempenho da atividade industrial.

As vendas reais do setor apresentaram ligeira alta de 0,38% na comparação com abril (dessazonalizadas), mas com relação a maio houve queda de 0,36%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 1,53%.

Já a utilização da capacidade instalada ficou estável em 79,8% entre abril e maio deste ano.

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