?O número do Ministério da Previdência Social diz respeito aos trabalhadores formais, cujos acidentes são comunicados ao governo federal. Entretanto, dois terços dos trabalhadores brasileiros estão ligados à economia informal. Por isso, acredita-se que o número de acidentes de trabalho seja muito maior do que o divulgado?, diz o pesquisador da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgão ligado ao Ministério do Trabalho, Eugênio Paceli Hatem Diniz.
?Infelizmente, a maioria das empresas se limita a fornecer a seus trabalhadores simples equipamentos de proteção individual, que são apenas complementares?, afirma. ?Entretanto, a prevenção está ligada a mudanças de processo, enclausuramento de máquinas perigosas, redução da exposição a barulho, poeira e substâncias tóxicas, entre uma série de outras medidas. Além disso, a prevenção de acidentes deve ser uma política dentro das empresas e não apenas preocupação e responsabilidade de comissões específicas.?
Motoboys
Uma das categorias profissionais mais expostas a riscos de trabalho atualmente é a dos motoboys. De acordo com Eugênio, o serviço de motofrete vem crescendo no Brasil, mas o trânsito não foi concebido para atender as necessidades de quem realiza este tipo de atividade.
Na cidade de São Paulo, quatro motociclistas perdem a vida diariamente, sendo um em via pública e três em hospitais. Em Curitiba, conforme informação do comandante do Batalhão de Trânsito da cidade, tenente-coronel Jorge Costa Filho, foram registrados 4.369 acidentes com moto em 2007, número 5,1% maior do que o registrado em 2006.