Cresce a inadimplência nas micro e pequenas empresas

Pesquisa realizada em junho pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) junto com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) revela que a inadimplência nas micro e pequenas empresas de São Paulo cresceu em comparação ao mesmo período do ano passado.

Segundo o levantamento as micro e pequenas empresas paulistas tiveram reduções de sua lucratividade, decorrentes da queda geral no volume de vendas e do aumento de custos. A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 20 de junho.

Segundo o gerente da área de Pesquisa e Planejamento Estratégico do Sebrae, Marco Aurélio Bedê, as perguntas abrangem questões referentes a maio e junho de 2002. “Esse período reflete a situação do primeiro semestre deste ano”. Ao todo foram pesquisadas 450 empresas, mas apenas 422 responderam o questionário.

Na comparação de maio de 2002 com maio de 2001, 40% das empresas responderam que o número de clientes atrasados cresceu em um ano. Já, para 12%, diminuiu. 47% não notaram mudanças nessa variável e 1% não soube responder.

Como conseqüência disso, quando esta pesquisa foi realizada, 63% das micro e pequenas empresas possuíam clientes em atraso. Apesar disso, segundo Bedê, boa parte dos pagamentos em atraso é de baixo valor, representando apenas 14% das vendas totais.

“Os resultados dessa sondagem evidenciam que, apesar do número de clientes em atraso ter crescido, uma vez que as prestações em atraso concentram-se em faixas de menor valor, o impacto dessa inadimplência nas vendas dessas empresas cresceu em uma proporção bem menor, parecendo não comprometer as vendas realizadas”, afirma Bedê.

Os pequenos negócios vêm sendo pressionados por dois outros fatores: a queda no volume geral das vendas e o aumento nos custos das empresas. Segundo a pesquisa, o faturamento nominal dessas empresas caiu 22,8%, quando comparados os cinco primeiros meses deste ano com os cinco primeiros meses do ano anterior. O IPA (Índice de Preços no Atacado) da Fundação Getúlio Vargas, que mostra a evolução dos custos das micro e pequenas empresas com matérias-primas e materiais, apresentou um aumento de 10,4% no mesmo período de análise.

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