Ansa ? Tóquio ? A Coréia do Norte, último baluarte do stalinismo econômico e do fechamento ao capital externo, estaria dando os primeiros passos para a adoção do modelo chinês de “economia socialista de mercado”. Segundo o relato de fontes norte-coreanas, desde o início de julho o governo começou a implantar uma drástica reforma econômica, aumentando em mais de dez vezes os salários e preços, entre outras mudanças.

As autoridades de Pyongyang recusaram-se a fazer comentários a respeito das medidas, mas fontes norte-coreanas no Japão confirmaram que “se trata de uma reforma radical, há muito tempo em estudo e realizada mais rápido que o previsto, talvez devido ao fato de que é difícil sustentar uma situação cheia de contradições e perigosas tensões sociais”.

O objetivo, acrescentaram, é chegar rapidamente a uma economia de mercado em base ao bem-sucedido modelo adotado pela China, com o fim do controle centralizado e do sistema estatal de distribuição de mercadorias, que cuida dos racionamentos dos gêneros de primeira necessidade.

As fontes foram muito explícitas na admissão do fracasso da economia stalinista. “O poder aquisitivo dos que ainda têm trabalho na Coréia do Norte está reduzido a quase zero, com salários médios de 100 won por mês (cerca de US$ 30), chegando a 200 won no caso de técnicos altamente especializados”, disse um funcionário norte-coreano, que pediu para não ser identificado.

Segundo os informantes, os salários estariam sendo reajustados em dez vezes de forma a recuperar o poder de compra dos trabalhadores, num esforço para diminuir a crescente tensão social e o ressentimento contra a burocracia. Perguntadas se as mudanças poderiam levar a um período de caos, as fontes responderam que se trata de “um processo inevitável”. (ANSA).

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