Copom realiza primeira reunião de 2008, sob ameaça de recessão nos EUA

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realiza, nos próximos dias 22 e 23, a primeira reunião do ano para avaliação da conjuntura econômica, interna e externa, e para definir os rumos da taxa básica de juros, também chamada de taxa Selic porque remunera os títulos depositados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

A taxa Selic em vigor, de 11,25% ao ano, é mantida há um semestre, e os analistas de mercado ouvidos na última pesquisa do BC (dia 11 deste mês) estimam que o Copom não vai mexer no índice. Mas, em virtude da turbulência financeira no mercado norte-americano, no decorrer desta semana, começam a aparecer defensores de ligeira elevação dos juros.

É o caso, por exemplo, do economista Istvan Kasznar, conselheiro da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), que advoga uma possível elevação de 0,25 ponto percentual, que seria, segundo ele, "um pequeno aperto monetário para cortar, na raiz, o indesejável repique da inflação".

O dirigente da Acrefi acha que se não houver mudança na taxa o Copom deveria pelo menos adotar a opção por "viés de alta", que permite elevação da taxa Selic no intervalo entre reuniões do colegiado do BC. Seria uma sinalização, segundo ele, de que a autoridade monetária está atenta, de modo a evitar que pressões inflacionárias internas, associadas à crise norte-americana, "tornem o momento econômico mais delicado do que já está".

A reunião do colegiado de diretores do BC é realizada em duas sessões. O primeiro dia (terça-feira) é destinado a apresentações técnicas de conjuntura por chefes de departamentos, enquanto que a segunda sessão, na quarta-feira, é reservada exclusivamente aos diretores, que decidem sobre as diretrizes da política monetária.

O final da segunda sessão é o momento mais aguardado pelo mercado financeiro, pois só então o BC anuncia a taxa de juros a ser aplicada à economia já no dia seguinte.

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