Copel descarta risco de racionamento de energia

O presidente da Copel, Paulo Pimentel, negou ontem, taxativamente, a existência de qualquer risco ou ameaça ao suprimento de energia elétrica no Estado do Paraná nos próximos meses. “As usinas da Copel ainda dispõem de água suficiente para garantir o abastecimento do mercado consumidor”, declarou Pimentel, destacando ainda que o atendimento está sendo reforçado por recebimentos e não compra de energia do Sudeste. “Da mesma maneira que o Sul exporta energia para o Sudeste, o fluxo inverso também é da rotina operacional do sistema elétrico interligado”, disse.

De acordo com Pimentel, o recebimento de energia está ocorrendo nesse momento em função de conveniência operacional. “Com o reforço de geração de energia oriunda do Sudeste, os reservatórios do Sul podem ser recuperados. Ao invés de gerar energia com água escassa, estamos poupando”, salientou. O presidente da Copel reiterou que “as condições de atendimento ao mercado são plenamente normais e não se cogita nenhum tipo de restrição ou corte no consumo de energia de eletricidade”.

Pimentel ressaltou ainda que os reservatórios do Sul têm se recuperado gradativamente. “Os reservatórios já iniciaram um processo de recomposição que, conforme a quantidade de chuva, pode ser acelerado”, comentou. Ele citou que o nível de acumulação média dos reservatórios do Sul do Brasil passou de 30%, na semana passada, para 34%. “Mesmo a Usina de Foz do Areia, que é a maior usina da Copel, e estava com 15% de acumulação, já está com 20% em razão do recebimento do Sudeste, que permite reduzir a geração nas nossas usinas hidrelétricas e recuperar os níveis de acumulação”.

Esclarecimentos

Em relação à possibilidade de importação de energia da Argentina, Pimentel esclareceu que quem trata do assunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é o Operador Nacional do Sistema (ONS), entidade que tem a responsabilidade de coordenar o funcionamento de todo o sistema elétrico nacional. “A Copel não se envolve nesse tipo de negociação, porque o sistema elétrico é regionalizado. Qualquer solução que venha a ser adotada no contexto regionalizado, influencia em todo o sistema elétrico brasileiro. Por isso, não é responsabilidade da Copel encabeçar essa negociação”, enfatizou o presidente da Copel. Ele informou que a reivindicação do ONS já foi encaminhada à Aneel, de onde aguarda autorização.

Sobre a possibilidade de colocar em funcionamento a Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEG), Pimentel disse que “a UEG não está operando, basicamente, em função de estar sub judice, além de problemas sérios de ordem operacional e de segurança”. “A questão está na Justiça e o que a Justiça determinar, é o que será feito. Enquanto a Justiça não se pronunciar, a usina não pode operar”, assinalou.

Mais de 90% da potência de geração da energia elétrica do Brasil se concentra em hidrelétricas, que dependem de chuva, cujo regime não pode ser gerenciado. Estatisticamente, é muito improvável ocorrer seca simultânea em regiões geográficas distantes. A lógica do sistema interligado é que em algum lugar sempre haverá água em abundância, onde será possível gerar mais energia para as regiões onde está chovendo menos.

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