Cooperativas querem crescer mantendo caráter social

Crescer sem perder o caráter social é um dos desafios que as cooperativas têm pela frente, segundo opinião do vice-presidente da Organização das Cooperativas no Brasil (OCB) e vice-presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Luiz Roberto Baggio. Em todo o País, elas somam 7,5 mil, 204 apenas no Paraná. São classificadas em 13 ramos diferentes – crédito, saúde, trabalho, entre outros -, mas é na agropecuária que são mais representativas. No Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado hoje, cabe salientar as conquistas e as metas desse segmento que não pára de crescer. 

?A cooperativa é um instrumento de organização econômica da sociedade que promove desenvolvimento nas regiões e permite uma inclusão social com competitividade e profissionalismo?, define o vice-presidente. Os números apresentados apenas no Paraná são uma demonstração de que mais pessoas fazem parte desta organização. Segundo Baggio, em 2002 havia 202 cooperativas no Estado – duas a menos do que o número atual. O número de cooperados, no entanto, aumentou em 27 mil no mesmo período. ?Isso demonstra que as pessoas estão aderindo ao movimento cooperativista. Estão procurando retaguarda, respaldo?, acredita.

Segundo Baggio, as vantagens de se tornar um cooperado não se resumem à compra de insumos com preço mais baixo. ?A cooperativa não é só uma casa de comércio. O cooperado tem ganho de escala, com transferência de tecnologia; não a tecnologia mais nova, mas aquela mais adequada para ele?, explica. ?O produtor ganha diferencial, apoio técnico em seus negócios.?

Uma prova de que as cooperativas, no caso do Paraná, vêm desempenhando bem seu papel foi a conquista de sete dos oito prêmios entregues esta semana em Brasília pela OCB. Ao todo, eram 137 cooperativas inscritas nas mais diferentes categorias: meio ambiente, gestão profissional, inovação tecnológica, marketing, entre outras. ?É um reconhecimento pelo trabalho das cooperativas do Paraná, coordenadas pela Ocepar, que demonstra nessas várias áreas a vanguarda do cooperativismo paranaense.?

Mercado internacional

Especificamente no setor de agropecuária, o plano estratégico no Paraná, segundo Baggio, é não apenas conquistar mercados, mas melhorar as condições de competitividade no mercado internacional. Além disso, faz parte das metas selar alianças entre as próprias cooperativas e investir em áreas consideradas mais importantes. Segundo Baggio, de 2000 a 2003 as exportações diretas do Paraná na agropecuária saltaram de US$ 335 milhões para US$ 800 milhões. ?Isso sem contar as exportações por tradings?, salienta Baggio.

Sobre os recentes embargos internacionais – primeiro da China com relação à soja brasileira, depois da Rússia e Argentina para a carne -, Baggio acredita que se trata de disputa normal do mercado. ?O Brasil está crescendo e conquistando espaço importante. Não é possível que seja subjulgado nas negociações com outros países?, aponta. ?Já conquistamos agressividade, mas precisamos mais.?

Para ele, é necessário ainda adequar o País à competição internacional. ?Precisamos ter não uma empresa competitiva, mas um País competitivo. É preciso melhorar a questão de custos no Brasil, rever a logística, a infra-estrutura e conquistar mais mercado?, arremata.

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