As 20 cooperativas agropecuárias do Estado que integram o Sistema Ocepar pretendem investir R$ 1,3 bilhão neste ano em projetos agroindustriais e de infraestrutura.

continua após a publicidade

O primeiro contará com um aporte de R$ 900 milhões, já o segundo tópico destinará R$ 100 milhões para inovação tecnológica e R$ 300 milhões para aquisição de máquinas e equipamentos e desenvolvimento de novas estruturas de armazenagem.

Para se ter uma idéia da representatividade desses recursos para o desenvolvimento da agricultura do Estado, em 2010, o sistema cooperativista empregou R$ 260 milhões na construção de novos espaços de armazenagem.

O governo estadual, por sua vez, segundo dados da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) não investiu nenhum centavo nesse tipo de estrutura.

continua após a publicidade

“No último ano, não houve aumento da capacidade estática do Estado, o armazenamento público não recebeu qualquer recurso para sua ampliação”, informou o diretor técnico operacional da Codapar, Sinval Tadeu Amaral Reis. “Não encaro como papel do Estado investir em armazéns particulares, porém, é dever do poder público ampliar o número de armazéns estratégicos que facilitem a prática de políticas como a compra de grãos em momentos de queda nas cotações, por exemplo. Hoje, para fazer esse tipo de operação, o governo acaba utilizando armazéns de empresas ou cooperativas para depositar os grãos””, aponta o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski.

A defasagem de armazenamento no Estado fica evidente em algumas culturas. O trigo produzido no Paraná, por exemplo, demanda de uma capacidade de estocagem equivalente a 30 milhões de toneladas, porém, a estrutura atual só consegue guardar 25 milhões de toneladas.

continua após a publicidade

Quanto aos projetos agroindustriais, que serão contemplados por 70% dos investimentos previstos para 2011 (R$ 900 milhões), o setor de produção de carnes processadas, sobretudo os relacionados a aves e suínos, receberá boa parte dos recursos.

Serão executados também um projeto relacionado à produção de leite, outro de sucos e dois novos moinhos de trigo serão criados. O sistema cooperativista colocará em prática, ainda, a instalação de uma indústria de beneficiamento de milho.

“É uma indústria muito complexa que permite a elaboração de diversos produtos de grande valor agregado como a fécula e o óleo. Será uma grande conquista para o Estado”, celebra Koslovski.

Segundo ele, a indústria deve entrar em funcionamento em dois anos e marcará uma nova fase para o agronegócio paranaense. “O Estado não tem área para expandir em produção, mas poderá ocupar a liderança em faturamento com a agroindústria”.