Continua greve na telefonia

Continua a greve dos trabalhadores das empresas Pampa e Telsul, prestadoras de serviços da Telepar Brasil Telecom. A paralisação foi iniciada na segunda-feira devido à dificuldade de negociação do acordo coletivo da categoria, cuja data-base venceu em primeiro de junho. Ontem, os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Instalação Telefônica do Estado do Paraná (Sinditel) estiveram reunidos durante quase todo o dia com o proprietário das duas empreiteiras.

Os empregados já haviam reduzido a pauta de 78 para 49 cláusulas trabalhistas, sociais e econômicas. A principal reivindicação dos funcionários é o reestabelecimento do piso salarial de R$ 450 – pago pela Iecsa, empresa que antecedeu a Pampa na manutenção e instalação de telefones da Telepar – reduzido para R$ 374. Os trabalhadores pedem ainda reajuste de 9,26%, referente à inflação acumulada nos últimos doze meses.

Ontem, o dono das terceirizadas apresentou uma contraproposta: retornar o piso para R$ 450, porém sem a correção de 9,26%. Os trabalhadores queriam salário de R$ 491, correspondente ao piso de R$ 450 mais o aumento de 9,26%. Em assembléia realizada no final da tarde, os funcionários não aprovaram a proposta e decidiram manter a greve. A inexistência de garantia de emprego foi outro fator que pesou para os trabalhadores. “Queríamos pelo menos três meses de estabilidade”, argumentou Osmar Cruz, presidente do Sintitel.

Ele informou que o resultado da assembléia seria repassado às empreiteiras. “Se o dono das empresas convocar uma nova reunião, continuamos a negociação”, disse Cruz. Caso não haja acordo hoje, já está marcada para amanhã uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho, a pedido das terceirizadas da Telepar. Inicialmente prevista para ontem, a reunião foi adiada devido à possibilidade do acordo ter sido fechado ainda ontem.

Com a continuidade do movimento, novamente cerca de 3 mil serviços de consertos e instalação de novas linhas telefônicas deixaram de ser realizados ontem em Curitiba e Região Metropolitana. Menos de 30% dos 1,6 mil funcionários da Pampa e Telsul mantiveram os serviços emergenciais em hospitais, delegacias e bancos.

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