Consumo de combustível caiu 9,5%

Rio  – A retração econômica derrubou o consumo de combustíveis no País. Dados estatísticos divulgados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) esta semana indicam queda geral no consumo de derivados (gasolina, diesel, óleo combustível, querosene de aviação e GLP) de 9,5% no período de janeiro a maio deste ano, em comparação com os primeiros cinco meses de 2002.

A gasolina teve queda de 12,1% no consumo e o álcool hidratado, 13,5%. No diesel, a queda foi menor: 7,7% e no óleo combustível, a redução ficou em 19,2% no Brasil. O gás de cozinha também registrou queda, segundo a pesquisa da ANP, de 9 7%.

O Estado do Rio teve a maior queda se analisada a totalidade dos combustíveis. Nos primeiros cinco meses do ano, o consumo no Rio caiu 16,3% em relação a igual período de 2002. Em São Paulo, o consumo total dos combustíveis teve queda de 12,6%. Em Minas Gerais, a retração foi de 10,4%.

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), Adriano Pires, a queda na renda da população e a conseqüente retração no consumo está “comprimindo as margens da revenda e da distribuição” dos combustíveis. Segundo ele, a redução nos preços da gasolina e do óleo diesel verificada em junho e em julho pode ser creditada muito mais a este fator do que ao reflexo da queda no preço do combustível na refinaria, anunciada pela Petrobras em abril.

“É claro que este fator, assim como a entrada da safra de cana-de-açúcar e aumento da oferta de álcool, influenciam na redução do preço, mas é fato que o consumidor está reduzindo o uso da carro porque está sem dinheiro e isso aumenta a concorrência entre os postos”, analisou.

O porta-voz do Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz, acredita que há um “desaquecimento instalado” no setor. “Não há uma avaliação precisa, não há mensuração real sobre quanto da queda nos preços se deve à redução do consumo, mas o mercado está muito mais disputado e as margens estão completamente apertadas. Não há mais como reduzi-las”, comentou.

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