Consumo de álcool fugiu do controle

O aumento indiscriminado do consumo de álcool nas bombas, motivado pelo preço mais baixo em relação à gasolina, poderá acabar colocando em risco o abastecimento do produto no País. A demanda por álcool cresceu ainda mais nos últimos meses diante dos constantes aumentos da gasolina, mas o grande número de conversão dos motores e práticas como o chamado “rabo de galo”, em que consumidores aumentam por conta a quantidade do combustível derivado da cana no tanque, estão preocupando o governo e o setor produtivo, pois o consumo está saindo do controle.

Para estabilizar o consumo e tentar assegurar que os postos não fiquem sem álcool durante a entressafra da cana, que dura normalmente até o começo de abril, quando as usinas reiniciam o processo de moagem, o governo federal já anunciou que vai reduzir a adição do produto à gasolina dos atuais 25% para 20% a partir do dia primeiro de fevereiro. Por outro lado, as usinas do Centro-Sul estão se preparando para antecipar para março o início da safra referente ao período 2003/04.

No Paraná, lideranças do setor não acreditam em desabastecimento de álcool, mas o descontrole do consumo preocupa. O presidente da Alcopar (Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná), Anísio Tormena, disse ter informações que o País estaria consumindo em torno de 1 bilhão de litros de álcool por mês, contra um volume, até poucos meses, não superior a 880 milhões de litros/dia.

Tormena preferiu não falar sobre estoques, mas disse que o crescimento não programado do consumo deixa o setor apreensivo. No ano-safra 2002/03, terminado em novembro, as 26 indústrias do Estado produziram 1 bilhão de litros e a perspectiva é de um incremento de 10% no período 2003/04.

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