Consumidor já prefere “orgânicos”

O Brasil é um dos países onde mais cresce a produção orgânica no mundo, cerca de 40 a 50% ao ano. E o Paraná está entre os principais estados produtores, principalmente com soja, açúcar mascavo e erva-mate. A informação é do engenheiro agrônomo Moacir Roberto Darolt, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná – Iapar. Segundo ele, a maior parte da produção orgânica brasileira (85%) é exportada, ficando apenas 15% para o mercado interno. E 70% da produção orgânica é proveniente de pequenas propriedades familiares.

As informações foram prestadas ontem, na abertura das comemorações dos 46 anos da extensão rural oficial no Paraná, a Emater (Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural). Para marcar a data, foi realizado o 1.º Encontro de Produtores e Consumidores de Produtos Orgânicos e a Feira de Produtos da Região Metropolitana e Litoral. O dia serviu como uma oportunidade para o consumidor conhecer produtos diferenciados e transformados, com garantia de procedência, com destaque para os orgânicos – mercado que vem cres-cendo entre 25 e 30% ao ano, comparando-se ao crescimento da indústria de informática.

Nas quinze barracas, a maioria de orgânicos, estavam à venda produtos in natura e processados, entre os quais hortaliças, frutas, palmito, carne de rã, queijos, sucos, geléias e frutas desidratadas. “São produtores de Curitiba, Região Metropolitana e litoral assistidos pela Emater . O consumidor tem como saber a origem dos produtos”, explicou o extencionista da Emater na área de comercialização, Paulo Luciano da Silva.

Produtores e consumidores

O produtor de Campo Largo, Leonardo Kmiecik, que há sete anos trabalha com hortaliças, frutas e até feijão orgânico, sente que o mercado está melhorando, “mas aos poucos”. Ele acredita que é preciso divulgar ainda mais os benefícios dos orgânicos, principalmente para a saúde. São produtos que não usam agrotóxicos e contêm mais proteínas e vitaminas.

A produtora de Almirante Tamandaré, Elizabeth Borga, da chácara Morro Alto, que também participou da feira, sente que a participação dos orgânicos tem melhorado, mas diz que muitos consumidores entendem que são produtos mais caros. “Nas feiras, os orgânicos chegam a ser 30% mais barata que nos supermercados”, destacou. As diferenças não são tão grandes, por exemplo, o quilo da batata orgânica estava sendo vendido ontem a R$ 1,30, a cabeça da alface a R$ 0,50 e a cenoura a R$ 1,00 o quilo. Segundo Elizabeth, a pessoa que experimenta orgânico se torna cliente cativo. “São produtos que utilizam adubação verde e compostagem para o preparo do solo”, explica. (Joseane Martins)

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